Ontem tive a oportunidade de assistir uma palestra com o figura do Karim Rashid, que faz parte do ciclo de palestras da 43ª House & Gift fair, organizada pela Grafiteiras.
Vou falar um pouco aqui sobre a palestra e se esquecer alguma coisa, aqueles que assistiram também acrescentem aí nos comentários.
Não entrando no mérito do gosto ou não gosto, porque sei que se tratando de Karim Rashid, ou a pessoa adora ou odeia. Foi uma palestra muito bacana e vou ressaltar umas coisas que foram ditas.
Ele falou uma coisa muito legal sobre a importância de você criar uma solução ORIGINAL, não só no design, mas em todas as outras áreas, seja por uma produto ou uma nova forma de fazer uma cirurgia, a partir do momento que você faz algo original, que nunca foi feito antes e que venha se destacar de alguma forma, você deixa de ser só mais uma pessoa das bilhões que existem no mundo, e a partir desse momento você escreve algo novo na história da humanidade. Pra ficar mais claro, MAC, IPOD, e companhia são marcos que sempre serão lembrados na história. Daí eu te pergunto "o que você como designer quer deixar pra contribuir com o mundo?"
Antigamente, segundo Karim, quando algo novo era criado, as pessoas sentiam necessidade de ter outra coisa já existente para associar, por exemplo o microondas que foi feito semelhante a TV, existia um certo "medo" ou receio por coisas novas, então se via necessário fazer tudo parecido com alguma coisa. E hoje as coisas mudaram, as pessoas estão mais suscetíveis para o novo, as pessoas criaram um desejo pelo novo, pelo diferente, o Ipod quando lançado não existia nada que pudéssemos associar ou lembrar, era totalmente novo e foi o sucesso.
Apesar de concordar, achei essa parte engraçada, porque quando você fala, por exemplo, de mercado moveleiro no Brasil, muitas vezes (só para não generalizar) parece que nunca saímos da época antiga, supondo que você crie um móvel totalmente original e diferente, vai lá bate na porta do fabricante (façam o teste e depois me digam se estou errado), vocês muito provavelmente vão escutar um "isso é muito diferente, não vai vender". Mas vamos ser otimistas, digamos que o fabricante tope, daí o fabricante vai apresenta pro lojista e muito provavelmente esse vai dizer " isso é muito diferente, não vai vender". Vamos mais longe, supondo que o lojista tope também, você ainda corre o risco de ir pra vitrine da loja e o consumidor olhar o produto, achar bacana, mas atravessar a rua e comprar nas Casas Bahia em 12x daqui a 30 dias. Muitos fabricantes, LOOOJISSTAAAAAS e consumidores ainda tem esse medo de mudar, medo de coisas novas e do desconhecido. Então eu acho que é importante entender que isso não se aplica a todos os casos, muito provavelmente esse consumidor que falei não é o mesmo que ficaria dias numa fila pro lançamento do Ipod, saibam onde cada um se encaixa.
Mas uma coisa que ele disse que concordei plenamente foi que as pessoas estão mais abertas a coisas novas que façam sentido, que tenham alguma coisa a acrescentar.
Se as pessoas estão querendo coisas novas, o que nós como designers estamos esperando? O que você que tá lendo esse post, que nunca apresentou uma idéia a empresa nenhuma, se formou e nem se lembra a ultima vez que colocou a ponta do lápis no papel, está esperando o que?
Fala tambem de muitos outros conceitos que mudaram também, cita um exemplo de uma empresa que fez os primeiros aparelhos de som menores, que na época todos eram grandes, as pessoas não quiseram pagar mais por um aparelho menor, hoje quanto menor mais nós queremos pagar.
Outra coisa interessante que ele falou foi das 4 dimensões do design. Como todos sabem ele acha o mundo muito cartesiano, que o homem inventou a linha reta, que na natureza não existe nada reto. Antigamente tudo eram muito 2 dimensões, retas x e y e tudo reto, hoje já é mais explorado as 3 dimensões, produtos são mais organicos, formas são mais exploradas e pra ele a 4 dimensão se refere ao emocional, acredita que os produtos vão cada vez mais criar vinculos emocionais com os consumidores, Steve Jobs que o diga.
Pessoalmente acredito muito nessa parte de design emocional, sinto isso na prática, quando desenho um produto que só me inspira o cliente, vendas, capacidade produtiva, publico alvo, etc, não me dá o mesmo tesão de quando desenho produtos que de alguma forma mexam com o emocional do usuário. Produtos que quando a pessoa olha dá risada, tem vontade de abraçar, cria um vinculo emocional, reage de alguma forma, do que aquele produto que só te atrai por ser bonito. Cada vez mais sou mais adepto ao design emocional.
Bom galerinha foi isso, para aqueles que não puderam ir esperam que curtam aí,