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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Livro: Um designer sozinho não faz milagres

Bom pessoal, lá vai uma dica muito bacana de livro sobre design.

Se trata do livro escrito por nossa colega Silvia Grilli, onde retrata de uma maneira franca assuntos da área.

Para quem gosta dos posts polêmicos que Grilli posta no blog vale a pena dar uma lida no livro dela.

Sinopse

Um livro que trata o design de produtos de forma aberta, diversificada, revelando ao leitor interessantes universos desta atividade humana: do mobiliário à legislação; do carnaval ao dia a dia dos profissionais; do chão de fábrica aos escritórios.
A autora escreve de forma simples e clara e procura inspirar o leitor a criar seu próprio ponto de vista sobre cada um dos temas.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Simples para ser

(texto adaptado, originalmente publicado no Design Simples)

Você, que lê este texto do futuro, preocupado com o rumo das coisas por aí, veja como os seus problemas são bem menores do que os nossos daqui. Me perdoe o tom pessimista, mas vai concordar comigo, as coisas por aqui mais fazem é lamentar.

Nossos designers se esqueceram de melhorar nossa realidade e se ocupam em fazer mais dos mesmos erros. Até mesmo assinam em baixo! Veja, estamos confusos… Não é preciso falar muito alto para nos convencer a trabalhar do lado da pura simulação e da vaga diferenciação…

Parece que estamos sob efeito de algum tipo de anestesia que não sabemos bem de onde vem. Como está sendo difícil enxergar o óbvio! Ainda não nos encontramos com a nossa própria vocação. Ainda não nos apresentamos de verdade, para servir, pelo contrário, apenas nos servimos de nossos pequenos dons.

Mesmo com algum sentimento de culpa, ainda não deixamos de promover o desperdício, a produção de lixo e a poluição. Mais equívocos… Por fim, nos esquecemos do outro. Deixamos a “personalização” substituir a solidariedade

E como isso torna o nosso design vazio. Uma injustiça com os que amam o que fazem…

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Rafael Gatti é idealizador do projeto Design Simples.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Paranashop: Propriedade Industrial: a importância do cadastro no INPI


Encontrei esse texto sobre INPI no site da Paranashop, pra quem quiser saber um pouquinho sobre o registro taí. 

Para quem não sabe a proteção à Propriedade Industrial é um instituto de ordem jurídica criado com o objetivo de proteger as invenções e os modelos de utilidade por meio de patentes. As marcas e desenhos industriais, por sua vez, são protegidos por meio de registros.

Segundo a lei nº 9279/96, que regula os direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, a proteção destes direitos é efetuada junto ao Governo mediante patente de invenção, de modelo de utilidade, concessão de registro de desenho industrial e registro de marcas, e ainda, através de repressão às falsas indicações geográficas e às concorrência desleal. Os pedidos para regularização do direito devem ser feitos ao INPI – Instituto Nacional da Propriedade Intelectual. O órgão é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior

De acordo com informações oficiais do INPI, o número de cadastros de marcas está crescendo anualmente e isso mostra que o empresariado está cada dia mais consciente da importância do registro de marcas, não apenas para garantir um direito seu, mas também em função do reconhecimento de que a marca é um grande diferencial  competitivo no mercado

A advogada Chrystina Langner – da empresa curitibana Jefferson Brückheimer Advocacia Empresarial – explica que a marca é um sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica um produto ou serviço de uma empresa. Além disso, ela pode certificar a conformidade destes produtos e serviços de acordo com normas e especificações técnicas referentes à qualidade, natureza, metodologia e também identificar produtos e serviços provindos de membros de uma determinada entidade. “Em razão desta singularidade, a marca acresce valor aos produtos e serviços comercializados por determinada empresa e, consequentemente, se torna um ativo muito importante para a empresa, o que muitas vezes faz com que a marca seja a protagonista de uma negociação comercial”, afirma a advogada.

As vantagens do registro
Por esta razão, as marcas devem ser protegidas através do registro junto ao INPI. Somente assim é que o proprietário terá garantias contra o uso indevido de sua marca. Afinal, nos dias de hoje, onde a expressão “nada se cria, tudo se copia” impera, é mais fácil o concorrente copiar uma marca de sucesso do que um produto de sucesso.

Além disso, é importante também que os empresários saibam que nem tudo é passível de registro, como por exemplo: brasão; armas; medalha; bandeira; emblema; distintivo e monumento oficiais; expressão; figura; desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes, que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência; crença; culto religioso; designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido o registro pela própria entidade ou órgão público; reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais; sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza, qualidade ou utilidade do produto ou serviço a que a marca se destina; nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, entre outras.

Dessa forma, antes de iniciar o procedimento junto ao INPI, recomenda-se verificar se a marca é registrável, bem como se a mesma está disponível, pois, às vezes, a marca já foi registrada por outra pessoa que atua no mesmo seguimento do produto ou serviço que uma determinada empresa comercializa.
“Com a expedição do certificado do registro de marca, o titular poderá usar a marca de forma exclusiva, sendo assegurado ainda o direito de ceder seu registro, licenciar seu uso e zelar pela sua integridade material, pelo prazo de dez anos, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos”, finaliza a advogada Chrystina. 

Texto retirado do site: http://www.paranashop.com.br/colunas/colunas_n.php?op=especial&id=31157

domingo, 8 de maio de 2011

Good Design always de Dieter Rams

Este post é para os designers mais novos, ou mesmo para aqueles que ainda estão na faculdade e nunca escutaram falar do Dieter Rams.

O design cada vez mais se ramifica e torna-se complexo, gerando não apenas produtos físicos como antigamente, mas também experiências, brands, estilos de vida, serviços, sistemas.

Nesse caos projetual atual esquece-se o que era ou é o bom e velho design.

Estes princípios são do famoso designer alemão Dieter Rams, e demonstram que o Good Design sempre seguiu essas diretrizes, que devem ser incorporadas ao projeto desde o início como requerimentos.

Sendo assim, recordemos os bons e velhos princípios universais,sem data de vencimento, do Good Design:

Good design is innovative
Good design makes a product useful

Good design is aesthetic
Good design makes a product understandable

Good design is unobtrusive
Good design is honest

Good design is long-lasting
Good design is thorough down to the last detail

Good design is as little design as possible

Good design is environmentally friendly
Quando ainda não exisitia nenhuma consciência ambiental e muito menos o termo sustentável!

Portanto, afirmar que apenas agora o design é ecologicamente correto, é demonstrar que desde o começo não era Good Design.

É como se afirmassemos que este carro é melhor que o outro porque este tem 4 rodas e um motor!

O bom carro sempre teve 4 carros e um motor, assim como o Good Design sempre foi e será sustentável, apesar de que empresas e designers gritem aos quatros ventos que o design deles é melhor por ser  sustentável.

Mais sobre Dieter Rams

Do blog DECE

Simples para respeitar o planeta

(texto adaptado, originalmente publicado no Design Simples)

“Conhecer o adversário é o primeiro passo para vencê-lo”, já ensinava Sun Tzu (estrategista chinês) há 2.500 anos. A boa notícia para os que almejam usar o design como instrumento para combater a devastação da natureza é a vantagem em poder visualizar um inimigo claro: o prematuro descarte das nossas coisas.

Quanto mais duráveis forem os nossos produtos, mais valor terá o nosso dinheiro e menos impacto sentirá o meio ambiente. Projetar para longos ciclos de vida é uma contribuição concreta do designer rumo a um futuro “sustentável”.

Porém enganam-se os que imaginam que a questão da obsolescência se restringe apenas à engenharia. Componentes bem projetados e materiais mais resistentes não serão capazes de conter o pior tipo de deterioração que um produto pode sofrer, aquela que acontece em nossa mente.

A idéia não é nova. Vance Packard, autor do livro “Estratégia do desperdício” apresentou em 1960, o conceito de “obsolescência por desejabilidade”. Esta sofisticada estratégia faz uso do talento dos designers para inocular o vírus da obsolescência planejada. A criação do “modelo anual de automóvel” é o exemplo mais emblemático e que continua mais atualizado do que nunca. Harley Earl, designer pioneiro no desenvolvimento dos “carros do ano”, percebeu a enorme vantagem em convencer os consumidores a levarem algo diferente ao invés de algo melhor.

“A Nissan é uma companhia com muita paixão, e os carros têm esse sentimento. Hoje pensamos em desenhos com formas mais dinâmicas e com espírito de inovação”. Recente declaração de Alfonso Albaisa, vice-presidente de design da Nissan, em reportagem na Folha por ocasião de um lançamento de um novo modelo de carro popular.

Devemos nos opor a esta distorcida visão que uns dizem atender ao mercado mas que também agrada parte da academia. Ambos parecem confundir, convenientemente, a responsabilidade estética com o mero formalismo sem critérios. Por todos os lados somos incentivados a atuar como irresponsáveis estilistas, recebendo em troca o mérito de contribuir para os resultados do cliente, para o aquecimento da economia, estimulando o consumo por impulso.

No final, como sempre, o planeta terá que pagar a conta: escassez de recursos naturais, lixo, contaminação do ar, água e solo. Para resistir a tudo isto proponho um design simples, com a proposta de “respeitar o planeta, reduzindo a poluição e evitando o desperdício”. Para coexistirmos de forma harmoniosa com a natureza, devemos entender o quão simples é seu design. Até a mais bela rosa possui um propósito, uma função e um papel bem definido no eco-sistema.

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Imagem retirada de uma antiga propaganda da Volkswagen com o seguinte slogan: “Before you look at their new ones, look at their old ones”.

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Esta é mais uma exploração das cinco possíveis réplicas para a única pergunta: “Simples pra quê?”, conheça outros textos relacionados:

Simples para fazer-nos livres

Simples para aperfeiçoar a realidade

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Rafael Gatti é idealizador do projeto Design Simples.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Play rethink - The eco-design game

Galerinha, esse é um jogo onde os designers vão se divertir, meu ex-chefe comprou um mas não tive a oportunidade de jogar, comprou direto lá de fora, mas aqui no Brasil, pelo que soube, está sendo revendido pelo Idds, que oferece até workshops para empresas do mesmo. Quem comprar me convida pra jogar hein!



Descritivo
O jogo atua como uma ferramenta facilitadora de inovação sustentável e entendimento do uso de ferramentas e estratégias em design sustentável.
Play rethink game pode ser utilizado em escolas, faculdades, empresas, congressos e eventos diversos que buscam desenvolver habilidades para soluções criativas e sustentáveis.

Objetivos do jogo
•    Ensinar aos jogadores sobre os conceitos, ferramentas e estratégias design sustentável
•    Desenvolver soluções que tragam simultaneamente benefícios econômicos, sociais e ambientais , alterando a maneira como fazemos coisas
•    Incentivar as pessoas a comunicar e compartilhar suas ideias
•    Inspirar

Resultados esperados
Este jogo irá proporcionar oportunidades para as pessoas:
•    Contribuirem para soluções inovadoras
•    Gerar novas idéias
•    Usar sua iniciativa e supreender-se com sua criatividade
•    Se divertir enquanto aprendem
•    Inventar novas formas de trabalho
•    Se inspirar para criar e pensar de maneira diferente (fora da caixa!)
•    Usar sua criatividade para energizar-se
•    Percepção  de como as coisas são e que podem ser melhoradas

Quem pode utilizar
Designers, professores, estudantes, facilitadores, consultores, profissionais da indústria criativa, engenheiros, gestores ambientais, empreendedores, administradores, publicitários, e demais interessados no tema inovação e sustentabilidade.

Além disso, foi criado um banco de dados online internacional, onde usuários do jogo podem compartilhar desenvolvimentos e aprendizados, facilitando a implementação de soluções em outros locais.
Vejam alguns trabalhos aqui <http://www.playrethink.com/drawing>.

Para mais informações sobre o Play Rethink e como adquirir o produto envie email para 'idds-projetos'.


 




 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Simples para nos fazer livres

(texto adaptado, originalmente publicado no Design Simples)

Sabe, nós designers devemos resistir em atuar como um maus publicitários. Nosso trabalho não pode se resumir a persuadir, despistar, diferenciar ou simular valor. É interessante observar como tal nociva intenção se manifesta com maior nitidez em categorias de produtos cujos concorrentes são bastante parecidos.

Águas engarrafadas são bons exemplos. Se fizermos uma visita ao supermercado, veremos na gôndola de águas minerais uma grande variedade de frascos. Todos com diferentes formas, cores, texturas e brilhos. Como se fosse possível, buscam nos convencer de que são águas mais puras e frescas do que a vizinha ao lado. Quanto ao rótulo, igualmente alegórico, notaremos que diversas informações são apresentadas, porém poucas são tão legíveis quanto a marca. Presença de gás e o nome da fonte também são informações geralmente destacadas. Porém, para quem não sabe, existem outras informações relevantes para os apreciadores deste produto: prazo de validade, concentração de sais minerais e classificação química (esta determina o modo como tal tipo de água irá agir no seu corpo). Todo fabricante é obrigado a fornecer estas informações no rótulo e de fato fornecem. No entanto, como prega a má publicidade, são dados que possuem pouco “apelo de comunicação” e a busca pela persuasão faz com que estas informações sejam entregues às letras minúsculas, tão ilegíveis.

Atualmente temos um grande envasador nacional que comete um crime sob o ponto de vista do design. Ele “inunda” o varejo com garrafas translucidas de cor azulada, rotuladas com um filme transparente cujas informações específicas são impressas também em azul.

Veja na imagem à esquerda como esta decisão de design tem a capacidade de nos distanciar das informações que procuramos. Apesar da informação estar lá presente, ela tem sua apresentação reduzida em prol do tão incompreendido “apelo visual”. A mensagem é clara, é como se a embalagem estivesse nos dizendo: “Pensar pra quê? Apenas me leve!”

Convenhamos, um enorme desrespeito ao nosso intelecto! Penso que o designer não deve impor a sua auto-expressão mas sim respeitar, e até mesmo incentivar, a dos que servem-se de seu trabalho.

Assim, concluo a exploração de mais uma das réplicas para a única pergunta: “Simples pra que?” Um design simples respeita nosso livre arbítrio, vem “Para fazer-nos livres, oferecendo autonomia para pensar e tomar decisões”, não nos censura e nem ludibria!

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Rafael Gatti é idealizador do projeto Design Simples.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A casa: Entrevista Ademir Bueno

Essa é a entrevista da A Casa - museu do objeto brasileiro com Ademir Bueno da Tok&Stok que recebi na newsletter de Março. Que recomendo assinatura.

"Esse é um caminho que a indústria tem que absorver, que só vai vencer pelo design." Ademir Bueno é gerente de design da Tok&Stok.
 
Você pode começar nos contando um pouco da história da Tok&Stok e do contexto em que ela foi criada?
A Tok&Stok começou pequena. A primeira loja tinha 80m² e ficava na Avenida São Gabriel. Os donos são um casal de franceses [Regis e Ghislaine Dubrule], que vieram para o Brasil e aqui sentiram falta de uma loja como essa. Na época, em 1978, não haviam lojas de design acessível. A única tentativa que houve, antes disso, foi a loja do Michel Arnoult da mobília contemporânea. Essa questão do design acessível estava na cabeça deles, queriam desde sempre ter um produto com desenho simples, leve, bem jovem e descolado. E que pudesse ser levado na hora, por isso que tinha que ser desmontável e empilhável. Eles conheceram nesta época o arquiteto Antônio Aiello, que estava trazendo a marca sueca Innovator para o Brasil, de móveis tubulares, com um sistema de montagem muito simples, que tem esse conceito de design com preço acessível, de móveis desmontáveis, que você compra e leva na hora. Algo que não havia no Brasil na época e que vinha de encontro com a idéia deles. (...) No começo não tinha propaganda nenhuma, mas saiu em todas as revistas, porque era uma novidade. E aí foi um boom.

Uma das tendências desenvolvidas pela loja é o "regional brasileiro". Desde quando se definiu essa categoria? E por quê?
Desde o início, a Tok&Stok tem artesanato brasileiro porém esta categoria surgiu nos anos 90, porque a coleção cresceu muito, e resolvemos organizá-la desta forma, por estilos. Quando a Tok&Stok inaugurou, em 1978, os donos nem falavam direito o português, estavam há pouco tempo no Brasil e ficaram enlouquecidos pelo artesanato brasileiro. Eles iam ao centro da cidade comprar artesanato em lugares como O Palhão [loja de artesanato da região do Brás], que até hoje existe. Até então não havia essa valorização do artesanato que se tem hoje. Desde então temos essa coleção. Na época era uma seleção apenas, depois começamos a trabalhar mais próximos das organizações de artesanato, junto ao Sebrae, desenvolvendo produtos em parceria com Designers como a Heloisa Crocco.

Como é esse trabalho com as comunidades?
O Sebrae organiza várias rodadas de negócios no Brasil, e a gente participa de praticamente todas. Tem produtos que simplesmente selecionamos. Outros necessitam de um desenvolvimento, adaptações. É lógico, não vamos lá ensinar a fazerem a trama da cestaria, mas fazemos pequenas adaptações, como de medidas. Às vezes tem uma cesta que se encaixa numa estante nossa ou funções mais comerciais  como um cesto de lixo, ou de roupa. O Sebrae ou uma organização que tem por trás faz a ponte entre a Tok&Stok e os artesãos. Porque às vezes são muitos artesãos, uma região inteira, uma cidade toda, então tem que ter alguém organizando a história.

Mas funciona mais nesse sentido de ver o produto dos artesãos, selecionar alguns e a partir daí fazer pequenas adequações para a loja?
Sim, funciona desta forma, mas o maior complicador do artesanato ainda é a capacidade de produção. A Tok&Stok está crescendo muito, e consequentemente nosso volume de venda também. Por isso tem que ter alguém que nos ajude nesse processo, já que não estamos lá no local, por isso temos esses parceiros. E tem a questão da entrega aqui no nosso depósito em São Paulo. Para isso tem que ter a etiquetagem dos produtos, código de barras, embalagem. E tem que seguir um certo padrão. A gente sabe que, em artesanato, não dá para ter todas as peças iguais. Mas não podemos vender uma cesta pequena e uma gigante pelo mesmo preço. Esta é uma questão que é muito difícil, com a qual os artesãos costumam ter dificuldades, é a formatação adequada do preço.

Atualmente tem também outro complicador, os produtos artesanais asiáticos. Esses produtos estão aí concorrendo com o artesanato brasileiro a preços muito baixos. A nossa opção tem sido ultimamente pelo artesanato brasileiro decorativo, coisas que a gente não tinha porque preferimos produtos funcionais. Para o artesanato abrimos essa exceção e está funcionando muito bem na nossa coleção. São os bonecos de cerâmica, os oratórios, etc...

E vende bastante? O consumidor brasileiro está buscando mais produtos que tenham a identidade do país?
Vende. Temos muito cliente estrangeiro também, mas eu acho que mesmo o brasileiro tem uma facilidade, uma abertura para comprar esses produtos. Na tapeçaria, no jogo americano, o artesanato brasileiro sofre concorrência. Mas nesses outros produtos não, eles são únicos.

Falando um pouco do Prêmio Tok&Stok de design universitário, que está na sua 6a. edição e é um dos maiores do gênero. Como que foi a ideia de criar esse prêmio?
Sempre quisemos ter um prêmio de design Tok&Stok. Temos participado de vários prêmios aqui no Brasil como jurado, ou como patrocinador, mas queríamos um premio com a nossa cara. Tentamos fazer parcerias com algumas instituições mas nunca conseguimos um resultado satisfatório. Então começamos com um projeto simples, pequeno. Sempre tive contato com o Professor Eddy. Na época ele estava na Belas Artes, e o convidei para fazer um trabalho com alunos de lá para a Tok&Stok. Depois começamos a ampliar, a convidar outras universidades. Organizamos então um prêmio em parceria com cerca de 10 faculdades, demos um tema que foi colocado como tema de aula do semestre. Deu certo no primeiro ano e começamos a ampliar. É um prêmio diferente, feito para estudantes de design. Não entram outros cursos, porque nosso objetivo é fomentar o curso de design, aproximar esse estudante da empresa, da indústria, do comércio enfim, do mercado.

Você vê que posteriormente esses estudantes são bem absorvidos no mercado? Mesmo na Tok&Stok, já vocês chegaram a contratar alguns deles?
Já contratamos três pessoas que saíram do prêmio. Tem uma que ainda trabalha conosco. Acabo encontrando essas pessoas em feiras ou quando participo de algum júri de outros prêmios. Algumas continuam em contato por e-mail, enviam projetos, sugestões. Agora, não é fácil essa área no Brasil. Às vezes me pergunto: onde vão trabalhar todos esses profissionais que estão saindo das universidades? São pouquíssimas empresas no país que têm setor de design interno. Viver de design, ter um produto autoral, desenvolver e comercializar é um processo bem complicado.

Você acha que há alguma saída para se conseguir sobreviver com design no Brasil?
Como está muito difícil para a indústria brasileira concorrer com o produto importado, o que alguns fabricantes têm percebido é que a única forma de concorrer é tendo um produto original. Então começam a contratar designers. Mas é pouco ainda. Acho que esse é um caminho que a indústria tem que absorver, que só vai vencer pelo design.

Vocês têm uma política sustentável? Preocupam-se em adquirir produtos duráveis e sustentáveis?

Temos sim. Temos uma série de preocupações e compromissos que exigimos dos nossos fornecedores, como não usar mão-de-obra escrava, infantil, etc. Para os produtos de madeira, por exemplo, temos um compromisso com um órgão que é o Imaflora [Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola] e damos preferência por produtos em madeira certificada. Ao longo dos anos, queremos chegar a 100% dos nossos móveis em madeira certificada. No começo foi muito difícil, porque a  madeira certificada não estava tão disponível, era difícil as fábricas encontrarem fornecimento. 

domingo, 1 de maio de 2011

Design na India

A India com todas as suas limitações e carências vem desenvolvendo um trabalho continuo e consistente no campo do Design.


Como exemplo temos o famoso e aclamado National Institute of Design reconhecido mundialmente por outras instituições mundiais de Design e no lugar 32 da lista do Business Week das melhores instituições acadêmicas de Design da Europa e da Asia.

O instituto foi estabelecido em 1961 com assessoria do famoso casal de designer americanos Charles e Ray Eames.

Como segundo exemplo temos o MIT Institute of Design na India.

E no campo do Design Universal temos Design for All que vem desenvolvendo um trabalho consistente em Design Universal do âmbito da Arquitetura ao Design com varios colaboradores do mundo todo e de outras instituições de prestigio.

Salão Milão 2011

Bom pessoal eu dei uma fuçada na net e encontrei esses sites bacanas que para aqueles que não conseguiram ir para Milão possa ver o que rolou no Salão.











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