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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Registro de desenho industrial feito por pessoa física não pertence à empresa

Publicação do Supremo Tribunal de Justiça 29/03/2010

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) referendou decisão do Tribunal de Justiça do Paraná que concluiu que o registro de desenho industrial realizado por pessoa física não se estende à empresa ou sociedade. No caso julgado, a Sier Móveis Ltda. requereu que a Silva e Rosastti Ltda. fosse proibida de copiar, fabricar e comercializar produto cujo desenho industrial fora registrado por seu sócio.

Sustentou que, como os desenhos industriais foram feitos com recursos, meios e materiais da Sier Móveis, a empresa também tem direitos sobre eles, uma vez que o direito de exploração independe de cessão ou sub-rogação. Alegou, ainda, possuir legitimidade ativa na ação, pois os desenhos são de sua propriedade e de titularidade de seu sócio.

O tribunal paranaense rejeitou o pedido, ao fundamento de que esses direitos dizem respeito somente ao titular do registro ou ao sub-rogado, e não a terceiros estranhos a essas condições, como é o caso da recorrente. Isso porque, no caso concreto, quem requereu os registros dos produtos no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) foi Ismael Reis, na qualidade de pessoa física, inexistindo qualquer menção de que estaria representando a pessoa jurídica.

A empresa recorreu ao STJ. Segundo o relator do processo, ministro João Otávio de Noronha, de acordo com o disposto nos artigos 207, 208 e 209 da Lei 9.276/96, o prejudicado que detém legitimidade para ingressar com ação para proteger direitos relativos à propriedade industrial sobre produtos criados é aquele que efetivamente os levou a registro no órgão competente.

Quanto à alegada violação aos artigos 91 e 92 da Lei 9.279/96, o ministro ressaltou que os dispositivos dirigem-se expressamente à relação empregatícia mantida entre empregado e empregador, não podendo ser feita interpretação extensiva de modo a incluir também o sócio, como pretende a parte recorrente.

Coordenadoria de Editoria e Imprensa

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Clássicos do design vão ao supermercado

Matéria publicada no site do Estadão/economia no dia 19 de abril 2010

Tradicionalmente, móveis projetados por designers premiados costumam estar à venda em lojas tão sofisticadas quanto esse tipo de peça. Mas um movimento recente subverteu essa lógica e colocou o supermercado no roteiro de compras. Desde o fim do ano passado, ao lado de panelas, geladeiras e fogões, o maior varejista do País, o Grupo Pão de Açúcar, decidiu colocar à venda no site Extra.com móveis inspirados no trabalho de designers mundialmente conhecidos.

Estão lá, por exemplo, as cadeiras Egg, criadas pelo arquiteto e designer dinamarquês Arne Jacobsen, que ficou ainda mais conhecido no mundo todo depois que o diretor Stanley Kubrick escolheu algumas de suas peças de formas futuristas para compor o cenário de 2001: Uma Odisseia no Espaço.

"Ser a primeira rede de varejo do País a vender móveis de design assinado foi uma forma de associar inovação à nossa marca e de nos diferenciarmos em um setor de concorrência muito acirrada", afirma Marcelo Nogueira, gerente de compras do Grupo Pão de Açúcar.

Quem procurar pelo site encontra também os traços de Harry Bertoia, italiano radicado nos Estados Unidos, conhecido pelos móveis de metal que desenhou nos anos 50 para a Knoll International - uma das mais importantes companhias de design da segunda metade do século XX.

Para comercializar produtos como esses, o primeiro passo do Grupo Pão de Açúcar foi identificar as peças de maior apelo comercial e que já estivessem em domínio público, ou seja, móveis cujas patentes já tivessem expirado, numa lógica próxima à dos medicamentos genéricos.

Em seguida, foi a vez de procurar fornecedores capazes de atender uma grande rede, em um mercado normalmente formado por pequenas lojas. "Temos só dois fornecedores. Não foi fácil encontrar fabricantes capazes de produzir em uma escala maior e em um prazo menor", diz Nogueira.

O site Extra.com foi escolhido como único canal de venda em função do perfil do consumidor que compra online, dono de um tíquete médio muito superior ao do que frequenta as lojas físicas. As condições de pagamento na internet, de até 12 vezes sem juros, também justificam a escolha pelo site.

A linha de design assinado começou a ser vendida em novembro do ano passado, sem estardalhaços. No primeiro mês, respondeu por 0,5% das vendas de móveis do site. Hoje, a participação é de 4%, acima das expectativas para o mês, que eram de 2%. Segundo Nogueira, os preços cobrados ajudam a explicar o resultado. "Vendemos 30% mais barato do que a média do mercado. E não é por causa da escala maior. Nossas margens são menores mesmo", garante.

A Tok&Stok, primeira rede do País a oferecer o design assinado, há mais de trinta anos, diz que não sentiu a concorrência do grande varejista. "Nosso cliente não é o mesmo. Somos especializados em móveis e decoração", afirma Ademir Bueno, gerente de Apoio Técnico, Design e Tendências da Tok &Stok.

Além das peças que já estão em domínio público, a Tok&Stok mantém uma equipe própria de designers, que assina sob a marca TS Design e responde por 40% dos dez mil itens expostos nas lojas.

A rede também trabalha com artistas convidados, para os quais a Tok& Stok paga uma porcentagem das vendas, que varia de 3% a 6% do preço dos produtos. "Os convidados seguem um briefing. O produto precisa ter um bom desenho, ser funcional e ter um preço acessível", diz Bueno. Segundo ele, o convite a designers não é motivo para se cobrar mais. "Nosso conceito não permite ter produtos mais caros só porque têm desenhos."

Vários designers, hoje com carreira própria, começaram na Tok&Stok, como Marcelo Rosenbaum e Fernando Jaeger. Este último, autor de um sucesso de vendas da rede: a cadeira Talk, que custa R$ 99 e já vendeu mais de 100 mil unidades desde o lançamento, em 1994.

"O caminho do design é se popularizar. É o que eu chamo de o bom para todos", afirma Joice Joppert Leal, do Objeto Brasil, organização para a promoção do design. De acordo com a curadora, a abertura do mercado brasileiro para os importados, no início dos anos 90, obrigou a indústria nacional a se preocupar com o desenho dos produtos.

Segundo ela, o aumento do número de escolas de design no País - que pulou de seis, no início dos anos 80, para cerca de 400 - também multiplicou a oferta de produtos com design. "E, quanto mais exposto ao desenho inovador, mais o consumidor vai se habituar a exigir produtos bonitos", afirma Joice. "O bom desenho não pode ficar restrito à Gabriel Monteiro da Silva", diz, em referência à rua de São Paulo famosa pelas lojas de luxo de decoração.

ÍCONES DO DESENHO

Linha Bertoia
Série de cadeiras em fio metálico criada pelo designer italiano radicado nos Estados Unidos Harry Bertoia. Lançada em 1950 e marcada pela funcionalidade, a linha alcançou um grande sucesso comercial

Linha Barcelona
Projetada pelo arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe, diretor da Bauhaus, uma das primeiras escolas de design do mundo e uma das mais importantes expressões do Modernismo na arquitetura

Chaise-Longue Le Corbusier
Peça desenhada em 1928 por Charles Edouard Jeanneret, nome de batismo de Le Corbusier, um dos mais influentes arquitetos do século XX. Ele é um dos criadores da arquitetura funcionalista

Cátia Luz - O Estado de S.Paulo

terça-feira, 27 de abril de 2010

Designers ...nas asas da Panair, por Wagner Braga Batista

Bom dia crianças!
O texto não é meu, mas vale uma reflexão. Aliás, se vcs não conhecem, este site é muito bom: http://designbr.ning.com

“Conversando na mesa do bar” foi o título dado à bela canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, feita em 1972. Este expediente ludibriou a censura e permitiu que a música invocasse imagens da empresa nacional de aviação arbitrariamente extinta pelo regime militar, em 1965. A expressão nas asas da Panair acabou se vulgarizando como memória que não se extinguiu no tempo.
Quase na mesma época, o desenho industrial ou design despontava no cenário brasileiro como promissora atividade profissional. Não podemos esquecer sua importância e sua atualidade como elemento integrante da economia e da cultura brasileira.
No entanto, o design e a Panair são às vezes subtraídos do patrimônio cultural brasileiro e de nossa memória coletiva. É esquecido ou pouco valorizado como formação e atividade profissional indispensável na sociedade contemporânea. Daí, a importância de resgatar a memória do desenho industrial no Brasil e manter sempre presente a necessidade do reconhecimento e da regulamentação da profissão.
Um caso recente merece nossa abordagem.
No contexto do debate sobre a regulamentação da profissão de desenhista industrial ou designer causou justa indignação o fato da Empresa Brasileira de Aeronáutica- EMBRAER alijar designers de suas equipes de projeto. Além da constatação de um juízo mal feito por responsáveis pela montagem destas equipes, subsistiu o sentimento de discriminação efetuada por engenheiros, especialistas que disputam espaços com desenhistas industriais ou designers no desenvolvimento de projetos neste campo de atividade.
Devemos tirar algumas lições desta ocorrência.
Não é de hoje que desenhistas industriais ou designers são deslocados em equipes técnicas. De uma forma bastante sumária, podemos afirmar que a segregação de profissionais de nossa área deve-se a uma avaliação equivocada. À suposição de que somos, apenas, projetistas de formas, que não dispomos de conhecimentos técnicos consistentes e de desconhecemos fundamentos de projetos.
Essa presunção não é nova, contudo ganhou vulto recentemente.
Um brilhante engenheiro norteamericano, que se destacou como inventor de produtos arrojados, Richard Blackminster Fuller ( 1895- 1983) já nos depreciava há muitos anos atrás. Sugeria que ninguém se sente confiante voando num avião projetado por designers.
Essa é a idéia vulgarizada pelo senso comum. Somos vistos como profissionais que fazem coisas exóticas e sem importância, que não exigem muito empenho e capacidade técnica para projetar. Essa distorção precisa ser corrigida de forma criteriosa e convincente.
Contribuem para formar essa visão distorcida, revistas de celebridades e de costumes que associam o design a futilidades. Ao egocentrismo e às vaidades de personalidades despretensiosas que estão permanentemente em seu foco.
Estudantes e profissionais de desenho industrial ou design também se deixam seduzir por estas reportagens. Involuntariamente, reproduzem seus conceitos e suas banalidades, incorporando-as a um repertório de soluções que pouco ou nada favorecem a mudança desta visão distorcida do design.
Suplantando o senso comum, podemos mencionar que o desenho industrial ou design está contido em máquinas e instrumentos bastante eficientes, em ambientes hospitalares, em instituições de ensino, em equipamentos de proteção, em dispositivos para portadores de necessidades especiais, em artefatos úteis, indispensáveis no dia a dia. Faz-se presente em quase todos domicílios, tornando a vida humana mais amena, segura e confortável.
Por isto, convém reiterar que houve um grande equívoco na opção da Empresa Brasileira de Aeronáutica- EMBRAER.
Poderiam alegar que não havia desenhistas industriais ou designers especializados no desenvolvimento dos seus projetos aeronáuticos. É um argumento forte, mas também passível de réplica. Posto que, a integração à uma equipe que trabalha com produtos de alta complexidade tecnológica não é imediata. Pressupõe capacitação prévia, frequentemente realizada na própria empresa, no próprio ambiente de trabalho, juntamente com os integrantes da equipe. Esta diretriz adotada pela Toyota, no final do século XX, assimilada por todas corporações que realizam trabalhos complexos e especializados. Portanto, não nos parece convincente a posição adotada pelos gestores de projeto da EMBRAER.
Diante deste fato, convém reportar a trajetória de um publicitário, que se tornou um pioneiro e um dos mais proeminentes desenhistas industriais: Raimond Loewy(1893- 1986). Este francês, radicado nos Estados Unidos, em que pesem a excessiva valorização do estilismo e concepções teóricas bastante superficiais sobre o papel do design, foi responsável por soluções gráficas e plásticas, emblemáticas até os dias de hoje.
O contato com a indústria e o universo da produção automobilística, certamente adicionou novos conhecimentos e percepções a Raimonf Loewy. O deslocamento do escritório de publicidade para ambiente fabril, possivelmente tenha influído no direcionamento de seus projetos e nos rumos de sua vida profissional. Tenha credenciado Loewy, no final de sua carreira, a se tornar consultor de uma empresa que se notabilizou pelo esmero técnico e rigor na solução de qualquer um dos componentes que utiliza. Pela proficiência técnica e funcionalidade máxima de seus equipamentos. Uma empresa que não poderia se dar ao direito de adotar nenhuma margem de risco nos seus projetos, porque qualquer erro se mostraria fatal. Implicaria em acidentes de grande magnitude e retrocessos inestimáveis em suas prospecções. Como, lamentavelmente, ocorreu com o projetos aeroespacial da Challenger.
Pois é, essa empresa que trabalha com prospecção, concepção e produção de equipamentos aeroespaciais, encontrou na consultoria de um designer, por mérito, Raimond Loewy, soluções para alguns de seus problemas técnicos e formais. Atualmente dispõe de muitos designers atuando em diversas de suas equipes de projetos.
Para matar a curiosidade daqueles que ainda não identificaram esta empresa, falamos da National Aeronautics and Space Administration - NASA, que tem em seu cartel a EMBRAER, como única empresa brasileira habilitada a trabalhar em equipamentos, segundo suas especificações técnicas.
Outras corporações deste setor, a exemplo da Boeing, também se valem de projetos de desenho industrial ou design.
Portanto, seria prudente que os gestores de projetos da EMBRAER revisassem esta orientação, abrindo campo para que novos desenhistas industriais ou designers se capacitem e se mostrem aptos para responder as suas demandas.


EM DIA Periódico eletrônico da Universidade Federal de Campina Grande- 26 de abril de 2010

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cadernos de tendência SENAI

Fala galerinha,


O Senai lançou o caderno de tendências para mobiliário 2010.


Tem vários outros cadernos que vale a pena dar uma olhadinha, parece que eles fazem uma pesquisa de mercado nacional e internacional.


Vai a dica.


Cadernos de tendências SENAI

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Falando nisso...

Acho que vale a pena postar algumas coisinhas interessantes,certo? http://mydiseno.blogspot.com/  "Produtos ou estilos de vida" (postagem do dia 19/04)

domingo, 11 de abril de 2010

RedesignMe

O redesignme.com é um lugar interessante para quem procura pela oportunidade de desenvolver algo a partir do briefing para uma empresa de verdade. O site holandês busca estabelecer o espírito de co-criação entre os membros, onde todos opinam no trabalho de todos buscando a melhoria do produto final. E ainda dá prá ganhar alguma coisa: as empresas premiam os melhores designs com RDM's que é a moeda corrente no site. 500 RDM's equivalem a 50 euros que podem ser trocados pelo PayPal. Não tem só design de produto já aviso. Tem design gráfico, de embalagens, campanhas de marketing, entre outros. Não dá prá ganhar a vida (longe disso), mas dá prá praticar design para empresas de verdade.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O que pensam disto?

A discussão nem é tão recente assim, e justamente porisso o meu espanto, achei que já era assunto resolvido...! Explico: acabei de voltar de Brasília, (fui fazer um treinamento para fazer parte do grupo de avaliadores do MEC, pra quem não sabe, a educação universitária brasileira é avaliada através do ENADE e das avaliações feitas pelo INEP) e a pergunta que ficou sem resposta: designers é 'lógico' que não podem avaliar cursos de arquitetura, mas os arquitetos? Bem, eles pensam que podem sim avaliar os cursos de design...

Opinião de Paula da Cruz Landim

"Escolas Matam a Criatividade?"

Olá a todos,

Assisti os vídeos postados pela Alê do Phillip Starck e resolvi buscar um pouco sobre o TED.
No site (www.ted.com) você encontra uma séries de vídeos de conferencias referentes a: Tecnologia, Entretenimento e Design.

Achei dois vídeos do Ken Robinson com o tema "Escolas matam a criatividade?" com uma discussão bem interessante.
Espero que gostem.

Parte 1



Parte2




quarta-feira, 7 de abril de 2010

Indústrias de brinquedos - Não assustem nossas crianças!

Ontem eu dei uma passada na feira da Abrinq no expo center norte, que vai até sexta agora dia 9, e não fui porque era um sonho de criança ir num lugar cheio de brinquedos, mas para ver o que as indústrias estão fazendo para nossas crianças, lógico.

A feira tá bem legal, eu não imaginava que tinhamos tantas indústrias de brinquedos, eu não conhecia a maioria, fora Estrela, Grow e uma aqui ou outra ali.

Bom o que vi lá são muitas empresas esbanjando pouca criatividade, cuja produção é em larga escala. Você encontra fabricantes que possuem rotomoldagem, injeção, vacuum forming, injeção a sopro, enfim toda tecnologia que uma grande marca de brinquedos tem, mas bonecas que botariam o Chuck boneco assassino pra correr.

Foquei nas empresas que não conhecia, para tentar entender esse processo de desenvolvimento de produtos, em grande parte o que descobri era um regime de empresa familiar, ou seja, o próprio dono desenvolve, fiquei até sabendo que eles viajam pra fora para se "inspirarem" e trazerem idéias para suas indústrias.

Eu fico me perguntando, se eles vão ter que investir no molde de injeção, penso eu que independente da beleza da boneca, o investimento é o mesmo, porque não fazer um produto legal? ou pelo menos que não vá traumatizar nossas crianças.

Acho que a indústria de brinquedos é carente em questão de design, fora as empresas tradicionais que já devem ter seus devidos setores de desenvolvimento de produtos, o resto vive de produtos que tem cara de loja de R$1,99, que nada mais são do que cópias. Mas acho que é um mercado onde ainda se deve ensinar o que é DESIGN e o porque seria vantajoso para eles terem nossos serviços. Alguns nem sabem que existimos, tanto que muitos dos donos das empresas me olharam com aquela cara, "do que que esse japonês tá falando?"

Acho um nicho enorme, caso um dia consigamos mudar essa cultura de pequenas empresas onde o dono faz tudo, inclusive o desenvolvimento dos produtos.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Alguns conceitos famosos de design

Como professora, e a título de provocação...

Projetar a forma significa coordenar, integrar e articular todos aqueles fatores que, de uma maneira ou de outra, participam no processo constitutivo da forma do produto (...) Isto se refere tanto a fatores relativos ao uso, fruição e consumo individual ou social do produto (fatores funcionais, simbólicos ou culturais) quanto aos que se referem à sua produção (fatores técnico-econômicos, técnico-construtivos, técnico-sistemáticos, técnico-produtivos e técnico-distributivos) (ICSID - International Council of Societies of Industrial Design - 1958)

Design é uma atividade criativa cujo propósito é estabelecer as qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus sistemas de ciclos de vida. Assim, design é o fator central da humanização inovadora das tecnologias e o fator crucial das trocas econômicas e culturais. (...) Design trata de produtos, serviços e sistemas concebidos através de ferramentas, organizações e da lógica introduzidas pela industrialização – não somente quando são produzidos em série. (ICSID - International Council of Societies of Industrial Design - 2000)

Design é uma atividade projetual que consiste em determinar as propriedades formais dos objetos a serem produzidos industrialmente. Por propriedades formais entendem-se não só as características exteriores, mas, sobretudo, as relações estruturais e funcionais que dão coerência a um objeto tanto do ponto de vista do produtor quanto do usuário. (Tomás Maldonado, 1961)

O que se exige para poder considerar que um objeto pertence ao desenho industrial é: 1) a sua fabricação em série; 2) a sua produção mecânica, e 3) a presença nele de um quociente estético, devido ao fato de ter sido inicialmente projetado e não a uma sucessiva intervenção manual. Eis por que razão não é lícito pensar em desenho industrial em relação aos objetos pertencentes a épocas anteriores à revolução industrial, (...) em cuja base existe sempre um momento de projeto, de criação pelo desenho, e um momento repetitivo de produção mecanizada e em série. (Gillo Dorfles, 1963)

Design é o processo de adaptação do entorno objetual às necessidades físicas e psíquicas dos indivíduos da sociedade. (...) Design de produto é o processo de adaptação de produtos de uso de fabricação industrial às necessidades físicas e psíquicas dos usuários e grupos de usuários. (Bernd Löbach, 1976)

O desenho industrial é uma atividade projetual, responsável pela determinação das características funcionais, estruturais e estético-formais de um produto, ou sistemas de produtos, para fabricação em série. É parte integrante de uma atividade mais ampla denominada desenvolvimento de produtos. Sua maior contribuição está na melhoria da qualidade de uso e da qualidade estética de um produto, compatibilizando exigências técnico-funcionais com restrições de ordem técnico-econômicas. (Gui Bonsiepe, 1982)

Design é a tentativa de conjugar a satisfação do cliente com o lucro da empresa, combinando de maneira inovadora os cinco principais componentes do design: performance, qualidade, durabilidade, aparência e custo. O domínio do design não se limita aos produtos, mas inclui também sistemas que determinam a identidade pública da empresa (design gráfico, embalagens, publicidade, arquitetura, decoração de interiores das fábricas e dos pontos de vendas). (Philip Kotler, 1989)

O design é o domínio no qual se estrutura a interação entre usuário e produto, para facilitar ações efetivas. Design industrial é essencialmente design de interfaces. (Gui Bonsiepe, 1992)

Desenhista industrial é todo aquele que desempenha atividade especializada de caráter técnico-científico, criativo e artístico, com vistas à concepção e desenvolvimento de projetos de objetos e mensagens visuais que equacionam sistematicamente dados ergonômicos, tecnológicos, econômicos, sociais, culturais e estéticos que atendam concretamente às necessidades humanas. (Projeto de Lei n° 2.621 de 2003 do Deputado Eduardo Paes que regulamenta a profissão no Brasil)

Design gráfico é uma atividade intelectual, técnica e criativa concernente não somente à produção de imagens, mas à análise, organização e métodos de apresentação de soluções visuais para problemas de comunicação. Informação e comunicação são as bases de um modo de vida global interdependente, seja na esfera dos negócios, cultural ou social. Ao designer gráfico cabe a tarefa de fornecer respostas aos problemas de comunicação de todo tipo em todos os setores da sociedade. (Icograda - World Design Congress, 2001)

Opinião de Paula da Cruz Landim

Liberdade de criação x Limitação de produção

Quem aqui já teve a idéia de um produto começou a desenhar, logo aquelas perguntas vieram a cabeça "como será produzido?", "que material vai ser?" e tira isso, muda aquilo e no final não sai nada de como você estava imaginando.

Em nosso trabalho de graduação tivemos esse problema, desenhamos acessórios para ônibus, não... não conseguimos nos formar de primeira, ficamos quase um ano tentando ter idéias, desenhando, redesenhando e nada, ficamos tão bitolados em formas de fabricação e toda a parte de resistência que nada que desenhassemos nos agradava, tudo ficava com cara de "engenharia" e queriamos formas alegres, afinal o busão já é um ambiente chato de estar. Até que um dia sentamos, eu e minha colega Flávia Loumy Kawasaki, e decidimos desencanar da forma produtiva em primeira fase e ver isso depois. Bingo! Em um dia tivemos idéias que nos agradaram que em 1 ano não tivemos e depois com a ajuda do profº Miltão do Mackenzie definimos toda a parte de fabricação.

Eu sou um dos designers que questiono tudo que desenho e que vejo, como vai ser produzido, que material, mas isso monta como, quanto vai custar, porque você está bravo comigo? questiono demais... sou chato.

Meus primeiros dias no escritório de criação foram tenebrosos, pela primeira vez como profissional tive medo, frio na barriga e tudo mais, me perguntava "e agora cara? agora é o que você queria de verdade, pra isso que você estudou, vai amarelar?" de cara soltei a mão e fui desenhando, mas confesso que minha criação era limitada, tudo que desenhava eu questionava.Meu chefe ficou dias dizendo SOLTA a criatividade, até eu começar a entender.

Hoje penso que se o designer não souber trabalhar bem as fases do projeto e separá-las bem acaba enfrentando um bloqueio mental, eu acho que criação não combina com limites técnicos, as vezes deixá-los de lado num primeiro momento da criação seja bom para ter idéias inovadoras, se você limita muito sua criatividade você se torna "antipático" a sua criatividade, é isso ae! Imaginem sua criatividade te dizendo "tive uma idéia!" e você com aquela cara de nádegas dizendo "Não vai dar certo".

Eu ainda não consigo esquecer do processo produtivo quando estou desenhando, mas tento não limitar minhas idéias. É dificil, muitoooo dificil, mas acho que um bom design é a busca de um EQUILÍBRIO entre diversos fatores, seja criatividade + produtividade + vendas + funcionalidade. Acho que se você fizer algo somente pensando em criatividade acaba fazendo algo muito conceitual, que muitas vezes não dá pra produzir ou fica desinteressante para as indústrias e se fazer algo somente pensando em produção corre o risco de não ficar feliz com o resultado. O equilíbrio, acho que é o segredo de um produto bacana.

Bom já que são raras as empresas brasileiras que designers trabalham junto dos engenheiros, com vendas e produção todos em prol do desenvolvimento de um bom produto, acho que é nosso papel pensar em todos esses fatores que envolvem o desenvolvimento, mas sem esquecermos do que somos e fazemos, que é aplicar design no mundo. Acho que quando falta algum desses fatores é quando nosso produto não vende, ou ninguem quer fabricar, acho que o equilíbrio deve ser a busca de todo designer, será?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Garrafa quadrada de coca-cola

Olá a todos.

Me chamo Guilherme, mais conhecido pelo sobrenome "Ueda". Recebi um convite, pelo qual fiquei muito grato, para participar destas discussões, e espero contribuir com vocês.

Vou ser bem rápido na apresentação.... Sou formado em D.I - P.P, Mackenzie, estou a quase 5 anos na área de design de embalagem e atualmente trabalho numa empresa especializada em projetos de embalagem para exportação. Nada de embalagem de consumo, e sim embalagens secundárias....funcionalidade total, até se distanciando um pouco do design....mas acho que isso dá tema para um outro post.

Pronto. Apresentado. Vamos ao que interessa!

Gostaria de iniciar com um assunto que me fez pensar bastante.

Uma nova garrafa de coca-cola, que se encaixaria nos padrões de embalagem "verde".
Se encaixaria pois é apenas um conceito, muito bem apresentado e com uma proposta pertinente. Com certeza faz a gente parar pra pensar e repensar várias coisas.

Essa marca domina o mercado, está na casa de grande parte da população, faz o consumo aumentar cada vez mais....e com isso...proporcionalmente ao seu consumo....o lixo gerado também é dominante. São as garrafas dela que vão parar nas margens dos rios Tietês mundo afora... A marca tem uma presença muito forte, capaz de ditar o mercado....assim o projeto sai da esfera do Design pra entrar numa esfera muito maior, uma bola de neve.

Vejam mais:

Na Gizmodo há uma análise sobre o projeto e alguns dos obstáculos encontrados para sua viabilização.


ueda

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Designer de produto faz gráfico?

Vou falar hoje de um tema que considero polêmico.

Em Desenho industrial, em certo momento na faculdade temos que decidir entre produto ou gráfico, e confesso que fui um dos que pensou "vou fazer produto que se depois eu quiser fazer gráfico eu faço um curso de photoshop e me viro". Hoje vendo meu irmão se formando em gráfico e os trabalhos de muitos amigos que trilharam o caminho do design gráfico, vejo que meu pensamento foi completamente errôneo. Vi que o design gráfico não é simplesmente fazer um pacote de cursos da Adobe ou ficar horas fazendo tutoriais na internet e sair colocando degradês em páginas da web, eu particularmente ODEIO degradês!

Não sou contra o designer de produto que queira fazer gráfico, mas acho que tem uma grande diferença, sou a favor que se você quer fazer os dois, elimine matéria, faça mais dois anos, e se forme em design gráfico, aprenda os fundamentos, não pense que é tudo uma questão de ferramentas gráficas, tem um motivo pra uso de certa cor, posição dos elementos e tudo mais.

Nós vivemos sonhando com a regulamentação da profissão do designer, mas na minha opinião, nós muitas vezes não temos atitudes e pensamentos profissionais, não acho que o profissional que fez tutoriais na internet e se julga designer gráfico é muito diferente do cara que coloca um cartaz na Sé "Faço site por R$100", hoje é fato que a profissão de web designer está banalizada, todo mundo faz web, todo mundo se vende como web designer. Vou dar um exemplo, entrem no site da Abrinq, vejam os associados e entrem em seus sites, tirando as grandes, um site é mais pavoroso que o outro, como um designer gráfico vende seu trabalho, com fundamento, por R$X sendo que tem maluco que cobra R$BANANA? o resultado vemos aí.

Sou a favor de que se você é produto dedique se a isso, quer fazer os dois procure se especializar e profissionalizar no outro fundamento, sou do pensamento de quem quer ser bom em tudo, acaba sendo mediano em tudo. Acho que temos que ter mais respeito e menos prepotencia de achar que os 4 anos de nossos colegas gráficos podem ser aprendidos em tutoriais da internet.

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