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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O designer da novela




Definitivamente o design está na moda. Prova disso é a figura do designer como um dos protagonistas da novela das 9. O sujeito, bem sucedido e premiado, é um poço de vaidades e ganha (com seu charme irresistível) todas as beldades que dele se aproximam. O glamouroso profissional também é disputadíssimo pelo mercado e acaba vendendo seu passe para um escritório de design em início de operações no Brasil, cuja proprietária (também designer com formação no exterior) é o ícone da mulher charmosa, culta e de bom gosto.

Vejam bem: ele não é artista, não é decorador, não é arquiteto. É de-zai-ner.

Tudo vai muito bem até que um dia o trabalho do designer (projeto de uma linha de móveis populares) sofre interferência do boss - um gestor irresponsável que, para reduzir custos de produção, substitui a matéria-prima indicada por outra inferior e com isso compromete a qualidade do produto.

(E não adianta dizer “eu não assisto novela”, porque no Brasil todo mundo sabe um pouquinho o que acontece na novela da Globo, nem que seja através das manchetes na internet).

Se não acontecer mais nada a tal novela já terá dado sua contribuição para nós, profissionais do Design. A simples menção da profissão “designer” já contribui para que o público em geral saiba que existe um profissional cuja função é projetar algo belo e funcional destinado a um público específico, visando segurança e a melhor relação custo-benefício. E conhecendo o alcance da telenovela no Brasil, sou capaz de apostar que muita gente que nunca tinha ouvido falar em design-designer agora está curioso para saber mais.

Ao contrário do que acontece na novela, a vida do designer é muito menos glamourosa do que parece, a remuneração é muito menor do que se insinua, e as condições gerais de trabalho, bem, não são lá essas coisas... Mas em compensação o autor acertou em cheio quando mostrou a falta de respeito a que somos submetidos quando alguém mexe no nosso projeto, seja para interferir na estética, seja para reduzir custos, seja por vaidade.

Eu também “não assisto novela”, mas estou curiosa pra saber quais aventuras viverá o personagem designer bem-sucedido que de certa forma nos representa na televisão.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Manual do Designer (para clientes)

É isso aí pessoal!! Pegando uma carona no vídeo abaixo, segue texto do meu livro
Um designer sozinho não faz milagres (http://www.rosari.com.br/)


Há anos ouço minha irmã Dentista reclamando da inconveniência de algumas pessoas (geralmente em festas e reuniões sociais) que insistem em pedir uma opinião sobre um dente, uma dor ou uma prescrição de terceiros, desrespeitando o profissional que estudou durante anos e não pode nem deve fazer recomendações sem antes analisar a situação.
Pensando bem, com o Designer a coisa não é diferente. Já perdi a conta de quantas vezes ouvi de empresários a frase "dá uma olhada no meu catálogo e me diz o que você acha". Ou então:  "faz um rabisco aqui pra eu ter uma idéia". E pior ainda: “bola aí alguma coisa e depois a gente vê...”
Para aqueles que não estão familiarizados com o trabalho do Designer seguem alguma dicas: 

Um “desenhinho, um rabisco ou um croquizinho” É o nosso trabalho, é projeto, é conceito que precisa ser pesquisado e desenvolvido.


Regra nº 1 - Para desenhar qualquer coisa é preciso se concentrar e utilizar toda a carga de informações que acumulamos em anos de estudo. E isso tem um custo.

Regra nº 2 - Se o cliente deseja apenas um desenho “para ter idéia” isto chama-se estudo preliminar e também tem custo. É como ir ao dentista e pagar pela consulta de diagnóstico – se o cliente vai ou não fazer o tratamento é outra história: o profissional recebeu pelo tempo dedicado e pronto.

Projeto é sinônimo de pesquisa, planejamento e método, recursos do bom profissional. Todo esse processo leva tempo, e assim:

Regra nº 3 - Se o cliente não dispõe de tempo para investir num projeto, é melhor nem contratar um Designer. 

Outra atribuição do Designer é avaliar protótipos. Mas apesar da tecnologia de informação ainda não e possível avaliar protótipos à distância, por telefone ou por fotos via e-mail. Portanto:

Regra nº 4 - Os deslocamentos para avaliação de protótipos devem ser pagos pelo cliente. E em caso de alterações e adaptações o cliente também terá que pagar.

Em muitas ocasiões o cliente, motivado por seu gosto pessoal, por opiniões de terceiros ou por uma pesquisa que leu não se sabe onde, decide "mudar um pouquinho o projeto".

Regra nº 5 - Neste caso o trabalho de conceituação do projeto deverá ser revisto, muitos desenhos deverão ser refeitos e consequentemente haverá um custo adicional.

É importante também que cliente conheça a reais funções e responsabilidades do Designer antes de contratar seus serviços. Todo Designer espera ser contratado para fazer um projeto e não para resolver problemas que foram criados por outros profissionais ou por uma gestão inadequada. Fazer a gestão do design é tarefa do cliente, pois é ele quem define as estratégias de sua empresa.

Regra nº 6 – Cabe ao cliente "brifar" o produto,  definindo qual deverá ser sua imagem no mercado-alvo.

A busca da inovação começa quando se propõe situações ainda não exploradas, mesmo que pareçam estranhas à primeira vista. O trabalho do Designer é antecipar cenários, investigar novas possibilidades. Portanto, caro cliente,

Regra nº 7 – Evite utilizar expressões como "viajar na maionese" quando se referir a uma proposta: isto não é engraçado para quem se delegou um projeto importante, visando resultados e lucro.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Designers X Clientes

Me encaminharam hoje achei bem engraçado, uma forma divertida de exemplificar uma das dificuldades que alguns de nós enfrentam no mercado. Vale a pena ver pelos argumentos dos clientes.

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