quarta-feira, 31 de março de 2010
Gestão de Design - Como assim?
Estive pensando sobre a questao por ela levantada, e posso ver muito bem isso no meu dia dia.
Como funcionário da Objeto Brasil, estou acostumado a lidar com todo tipo de designers, novos, velhos, bem sucedidos e mal sucedidos. Até os brilhantes e os não tão brilhantes assim.
A questão é o que todos tem em comum, o fato de terem a mesma profissão e o fato de terem que gerenciar suas vidas de forma a se venderem. "Como assim?" Alguém pode pensar.
Sim, vender.
Nós precisamos vender a cada dia, a cada momento, em cada situação. Temos que mostrar a cada momento que somos capazes, competentes, confiáveis. E claro, se seu chefe tiver uma memória fraca, essa tarefa pode se repetir muitas vezes no dia. rs.
Eu trabalhem na área de treinamento durante 3 anos, e portanto entendo bem de vendas e de relacionamento, sendo que eram os temas que eu mais tratava em sala, e vejo muita falta disto no nosso cotidiano. Certa mente brilhante, um ex-chefe sempre comentava: "Relacionamento é tudo!". E realmente o é.
Call centers são conhecidos por nós pelas ligações que nos fazem em momentos chatos, e sempre com as mesmas questões, pedindo para falar com os titulares das linhas e para confirmar informações, ou ainda para vender alguma coisa. E como são insistentes! Ainda bem que são. Eu ajudei a treinar este povo ensinando-os como devem argumentar.
Mas a rotina de um call center vai além do treinamento, várias sã o as ramificações e setores, e a palavra "gestão" é muito proferida nos corredores dos "sites" como são chamadas as unidades. É gestão para tudo: Gestão de pessoas, gestão de negócios, gestão de logístiva, gestão da gestão... E o processo que existe de administração é muito simples, baseia-se no conhecimento do negócio com um todo, e no conhecimento da sua importância dentro desse todo. Cada funcionário tem plena ciência da representatividade que possui e de como o negócio pode ser prejudicado caso ele coopere com alguma limitação. O planejamento que envolve a atividade com os devidos fatores imprevistos já cotados, e a execução dos planos de trabalho conforme a estratégia, fazem o trabalho e consequentemente o negócio funcionar, como um relógio, e mostrar resultados. Claro, lá dentro imaginamos estar em um inferno, porém dentro deste suposto inferno há uma estrutura milimetricamente pensada e calculada em todas as suas áreas, em tudas as suas ações e até o barulho, sim, o barulho das vozes dos operadores é lembrado e mensurado.
O que quero dizer discrevendo tudo isto para os senhores é que não vejo isto no design.
O processo criativo muitas vezes é tido como o fator principal da profissão, e sim, realmente o é, mas o cara que irá se destacar, é o que pode oferecer alternativas. O cara que sabe liderar uma equipe, o cara que sabe porque deve procurar outros fornecedores, o que entende e coopera com a administração do escritório, o que apaga as luzes ao deixar um ambiente, o que planeja seu projeto com vistas em redução de custo, o que procura não apenas ser designer, mas ser também um contador, um administrador, um entregador, um atendente...!
Este é o profissional de destaque hoje em dia.
Hoje, a garotada (não sei a idade dos senhores) sai da faculdade por volta dos seus 22, 23 anos e nunca tiveram experiência em mercado de trabalho, arrumam emprego em um escritório, começam a desenhar, a praticar algumas idéias no computador, e quando é necessário atender um cliente mais exigente, a vontade é de mandar o outro colega, ou não atender o telefone, ou ainda, tratar tudo por e-mail. E porque não ir receber pessoalmente aquele cliente? Porque não convida-lo para um café, ouvi-lo, entender seus questionamentos e saná-los?
Alguém tem alguma dívida de qual escritório o cliente irá ficar? Se com o dos caras que quiseram tratar tudo por telefone ou e-mail, aquele escritório onde o próprio designer o recebeu e o atendeu como se fosse seu melhor cliente?
Eu ficaria sem dúvida com a segunda opção. Afinal, não é um simples projeto que está me sendo apresentado, e sim uma estrutura inteira de suporte. Se eu percebo um interesse em me atenderem, posso imaginar que terei um pós venda eficaz, um suporte presente.
Isso é gestão. Isso é diferenciação. Isso, é vender você, designer.
Há tempos tento pensar em alguma coisa diferente para aplicar ao design, eu entendo muito bem da área de relacionamento com pessoas, se alguém precisar, estamos à disposição.
Abraços a todos!
Design Thinking
Clique aqui para ler a matéria
Deviamos seguir os coreanos
O que encontramos são industrias que mal sabem o que nós fazemos ou escritórios e designers se aventurando tentando fazer design nos modelos que vemos lá fora, alguns dando certo outros desistindo de vez de design.
Mercado de design crescendo... Mal imaginava que esse crescimento depende de mim, sim depende de cada designer que está entrando no mercado, Ah mas o "Brasil tá cagando pro design", "nada se cria tudo se copia", e blá blá blá. É, muitas empresas do mercado pensam assim "Copia que se forem dar busca e apreensão eles notificam antes e a gente tira tudo da fabrica" é desanimador não? Mas as empresas não vão mudar seu pensamento da noite pro dia... e o que eu faço? Sento e corto os pulsos, sigo minha vida em guerra com esse país ou tento convencer o máximo de pessoas que moramos na #@%*!
Na palestra que vi da Objeto Brasil (Junior quero meus royalties!), estava um coreano contando como Seoul se tornou um centro de Design, fora os milhões que o governo Coreano investiu no projeto, o que me chamou a atenção foi quando questionaram como eles começaram esse tão grande feito. Eles começaram de cima para baixo, ensinando os lideres governamentais, grandes empresas e formadores de opinião o que era design e o porque era importante para o mundo, e depois pequenas empresas e até crianças insentivando a criatividade da criançada.
Se as empresas aqui no Brasil não entendem, não é o caso de ensinarmos elas? Sei lá, bolarmos um e-mail informativo ou newsletter explicando a importância do design para as empresas? tentarmos dar palestras em escola para explicar aos jovens a profissão, para os que querem seguir e os que forem pra outras áreas tambem entenderem, afinal dali pode sair um futuro empresário, tentarmos dar palestras em feiras de fabricantes, enfim fazer alguma coisa, afinal o interesse é todo nosso.
Comentei com alguns, mas o objetivo qndo pensei nesse blog, além de discutir opiniões sobre nossa área, era de mudar as coisas, sim galera eu quero mudar o mundo, a começar por nós mesmos, não quero só ficar aqui reclamando de como as coisas estão erradas, de como é bem melhor lá fora, quero mudar porque eu não to feliz, vendo vários amigos e colegas desistindo, se lá fora é diferente se Seoul conseguiu porque não dá aqui? porque é o Brasil? Seoul mudou, "ah mas aqui o governo não apoia", será que não? será que se não conseguirmos agitar as coisas, incomodar, aparecer, de repente não rola?
Se não criarmos POSSIBILIDADES aí que nada muda mesmo.
terça-feira, 30 de março de 2010
E quando não se trata de criação?
Confesso que desde que comecei a estudar design meu lado teórico sempre falou mais alto que o prático, e os caminhos que fui traçando foram me levando cada vez mais pra essa direção. Assim que entrei na empresa que hoje trabalho, meu chefe me disse: você gosta de pesquisa? eu gosto de pesquisa! Mas até então não tinha compreendido de prontidão o que era enfim a pesquisa a que ele se referia e talvez nem ele soubesse se expressar a ponto de um compreendimento imediato da minha parte.
Após dois anos de muitos tropeços pra aprender no dia a dia o que jamais aprenderíamos em qualquer faculdade, hoje sei que a tal pesquisa a que ele se referia, nada mais é do que a gestão de design em uma empresa.
A gestão de design envolve todo caminho que o produto percorre desde sua idéia até a criação do produto final, visando o lucro da empresa e a satisfação do cliente, a gestão faz com que a “roda gire” sincronizadamente. Isso envolve desde a escolha de um novo briefing, o que vai e deve ser lançado no mercado, cálculo de melhores materiais a serem usados, melhor aproveitamento das máquinas na fábrica, constantes pesquisas de novos materiais e ferragens assim como novos maquinários, novos fornecedores, pesquisas de estilo, de público, implantação de algum novo software, enfim, todo e qualquer subsídio para a criação de produtos inovadores e com qualidade e nem sempre isso significa que vc quem irá criar a estética do produto, é mais ou menos como um preparo para quem irá desenhar, já desenhar pensando em tudo que ele pode ou não fazer para que aquele produto de certo no mercado, é que poderíamos chamar de um minimizador de erros.
Com diversas tentativas frustradas de inserir um produto de nosso autoria, ou vendo a mesma situação de alguns colegas é muito comum culparmos o Brasil por não apoiar o designer/design brasileiro, porém algumas empresas não tem nem noção do que se trata e de como administrar de maneira rentável esse setor, por esse motivo muitas vezes o design é tratado como “frescura” ou apenas estético, perdendo assim toda sua força.
Lá fora a gestão desse setor já é algo muito claro no cotidiano de uma indústria, já está intrínseco na criação seja de uma nova ferramenta para jardinagem até um automóvel, e essa mentalidade já inserida nessas empresas faz com que fique muito mais fácil de se aceitar novas propostas vindo de novos designers, e como aqui nós não temos isso no nosso DNA industrial, muitas vezes acontece essa “estranheza” entre empresa e designer. Cabe em minha opinião a nós e toda essa nova geração de designers cada vez maiores, tentarmos elucidar isso de alguma forma, formando mais gestores nesse setor para que essas metodologias/sistemas possam ser implantados em nossas empresas, criando assim aos poucos essa cultura do design.
Alguém disse: A função do designer não é solucionar problemas, é propor soluções. E eu concordo.
Para saber mais: GERÊNCIA DE PRODUTOS – como tornar seu produto um sucesso. Do Fauze Najid Mattar e Dilson Gabriel dos Santos, é um livro bacana com bastantes exemplos e uma leitura fácil. (ps: eu faltei na aula de metodologia e não sei a maneira correta de se publicar o nome de um livro, com autor na frente, maiúscula e blá blá, me cansa... sorry)
Prometo um post melhor sobre o assunto depois, já que o sono não me permite mais racionar direito.
De xará pra xará
Cara muito legal seu post, sim! eu me baseei nas coisas que vc escreveu no seu primeiro post, peço até desculpas se falei algo demais, mas é bom saber que vc tem muito o que acrescentar pro blog.
O que não entendo é que com tantos produtos legais, e digo isso pq eu já conhecia a cadeira que vc falou, bem antes de saber que era sua, acho ela animal, vc não conseguiu se firmar no mercado? Realmente existe uma repulsa do mercado para produtos injetados até pelo investimento inicial em molde, mas vc procurou a tok&stok? ou ficou só no "ouvi falar"?, a própria tokstok tah cansada de encher containers com cadeiras, sim da China, e trazer pra cá, pra eles é esse o esquema.
Eu não estou duvidando ou não aceitando as suas experiências, muito pelo contrário, eu insisti para vc publicá-las pq acho super importantes para ser visto que não é um mar de rosas. Mas não acho que é impossivel, sei que não é fácil, mas acho q a busca em dar certo não é só um ganho pessoal, mas um ganho pro design nacional.
Digo isso pq conheço alguns designers e escritórios que vivem de design, a realidade q vivencio todo dia aqui no escritório é diferente da que vc passou esses 5 anos, até por isso talvez eu seja tão otimista e vc pessimista com relação ao mercado nacional, não digo que chove clientes, que é bom pra caramba, mas o escritório sempre tem produtos a desenvolver. Trabalhamos com contratos de pagamento fixo, royalties e venda de projeto.
Daí vão falar que pra se dar bem tem q ser conhecido, mas pelo que vejo vc contruiu um nome com todos seus feitos e prêmios. Só pelo repertório q vc passou não sei como vc não está entre os designers brasileiros vivendo de design.
Por eu vivenciar esse dia-a-dia do escritório, ver como meu chefe a cada dia ganha mais reconhecimento e como cada cliente é uma vitória, não tenho o mesmo ponto de vista que vc. Meu chefe está tentando a mais de 10 anos e diria que ele tá colhendo o que plantou, ele podia ter desistido nos 5 anos como vc, mas talvez não estivesse colhendo hoje.
Eu sou do tipo de cara que se não deu certo é pq fiz alguma coisa errada ou não tentei o suficiente... resumindo CABEÇA DURA rsrsrsrs
Daniel vc me entendeu errado
Vivia em fábricas, mexia e programava curvadora CNC, soldo mig e tig, mexo em torno mecânico.... Lamino fibra de vidro, enfim.... tenho bastante experiência em chão de fábrica, oq muitos designers não tem (e segundo os donos das fábricas viajam e desenham coisas impossíveis, pois no render tudo é possível....). Estou usando todo esse conhecimento para fazer coisas que marcenarias normais não fazem, bolo sistemas e dispoitivos para os móveis...
Para finalizar tenho uma grande amiga que é formada em produto. Fazia toy-arts animais e venceu um concurso famoso, que foi divulgado nsa melhores revistas. O prêmio seria o desenvolvimento e colocação do produto no mercado. Ela ganharia os 20 primeiros para vender. o cara sumiu, roubou o projeto dela e tá tomando um processo agora.... mas é assim...
Gostei de uma colocação do Márcio que diz: "O design é projetar, é encontrar adversidades para solucionar mediante possibilidades pesquisadas. Escolher as melhores informações e usar a criatividade para organizá-las de forma diferente do convencional!
Portanto, use esse conceito e aplique na sua vivência, sua experiência de mercado. Junte essas informções que vc viveu, aprendeu, que te derrubaram, e tome como lição para criar uma outra possibilidade, aprenda com os amigos, com outros designers, com outras profissões (olhe para fora do problema), pois todo profissional passa por dificuldades, a menos que vc vá continuar o negócio do seu pai..."
Até no restaurante do meu pai eu trabalhei!!!! Trabalhava de final de semana lá. Durante a semana de manhã trabalhava numa editora como diagramador e a tarde seguia o sonho, gastando mais dq ganhava nos 2 trabalhos...
Enfim, não quero desnaimar ninguém, mas acho que os profissionais mais novos que vem atrás tem de escutar tanto histórias otimisas e bacanas como as que foram relatadas aqui, quanto exeriências como as minhas... E conheço mta gente que passou ou passa pelo mesmo.
valeu
abs
Idealismo X Mercado
Parece mesmo algo utópico de estudante, ou mesmo um ideal inatingível, mas a questão de simplesmente projetar por nada, ou melhor, projetar só mais um objeto de desejo e estimular o consumismo exagerado que vemos hoje por aí também não me agrada (e olha que já não sou estudante há 2 anos...).
A primeira vez que me deparei com essa questão, que é mto forte e mto presente em mim, foi na hora de escolher o tema de meu TGI (TCC, TFG, ou qualquer outra sigla similar que possa existir para trabalho de graduação).
Não gostaria de fazer meu último projeto da faculdade, projeto esse que poderia ser a minha porta para o mercado de trabalho, de mais um produto para o consumo, ou mais um móvel (nada contra o design de mobiliário, aliás até gosto de projetos de móveis, mas fizemos tantos na faculdade que não queria fazer mais um). Queria algo que tivesse uma função muito clara, não só do ponto de vista "funcional" do objeto, mas também do ponto de vista social.
Foi então que resolvi fazer uma cadeira de rodas. Tá... ok... já fizeram milhares. Mas achei que poderia ser um bom desafio. Alguns professores acharam inviável fazer um projeto de uma cadeira inteira, pois não temos informações da área médica. Outros me negaram como orientanda. Algumas pessoas (fora da área) acharam um tema mórbido e outros disseram que eu queria ganhar o prêmio nobel da paz. Mas... eu resolvi que ia ser isso e pronto!
A princípio, gostaria de abordar 2 temas que me preocupam como cidadã. O 1º, é a questão da acessibilidade, assunto esse que sempre gostei desde os tempos de técnico em Desenho de Constr. Civil no Liceu de Artes e Oficios (onde começei a minha formação profissional). O 2º era o reaproveitamento de resíduos sólidos, na época eu estava focada com o problema do descarte do e-lixo, e pensei em trabalhar com plástico proveniente da reciclagem de carcaças de computador.
Acontece que, assim como em vários outros projetos, ao longo da pesquisa o foco foi mudando e pude observar outras questões, pricipalmente sociais, que eu como designer (e não engenheira de materiais e nem fisioterapeuta) poderia abordar e tentar solucionar.
Pude observar uma falha no mercado em relação aos cadeirantes adolescentes, tanto nas suas necessidades ergonômicas quanto ao atendimento da chamada AVD (atividade de vida diária). Como uma cadeira de rodas, que é um objeto que carrega consigo um rótulo de "doença", poderia se tornar um objeto de integração e identidade, para uma fase da vida repleta de transformações e aprovações? (Claro que atendendo à fabricação e ergonomia SEMPRE!)
Questões como essa sempre me acompanham. Mas, logo que comecei a carreira como profissional, me deparei com uma visão defasada de design no mercado, meramente estética e comercial. Muitas vezes, até por falta de conhecimento do verdadeiro trabalho do designer, e por uma exposição erronea de design na mídia, sofremos até preconceito de outros profissionais. Uma vez, já após eu ter me formado, eu estava em um simpósio de adequação postural em cadeira de rodas (repito ADEQUAÇÂO POSTURAL!!!) e os profissionais que estavam lá, médicos, fisio e terapeutas falavam de design como algo inútil só para deixar a cadeira bonita. Mas agora me respondam... o que faria eu, designer, num simpósio de 4 dias de ADEQUAÇÂO POSTURAL, se meu trabalho (segundo eles) é só estético?
Mas, será que parte dessa visão do mercado, não se deve ao que nós profissionais nos propomos a fazer e a apresentar?
Tenho para mim que o mercado brasileiro (digo bras. pq não tenho experiência com o mercado internacional), em sua maioria, ainda não vê o design como ferramenta para desenvolvimento de um projeto, ou até melhoria, como um todo. Ainda rola muito a idéia de que "designer" trabalha só com a parte estética e "desenhista industrial" é projetista mecânico, como se os dois não fossem a mesma profissão e não tivessem uma função projetual além disso.
Será que não depende de nós, profissionais e estudantes, mudarmos essa realidade, já que o mercado de design está em crescimento? Será que se batermos nessa tecla, seremos somente idealistas utópicos frustrados e morreremos de fome? Será que para sobreviver nessa área precisamos nos "vender" ao que o mercado quer, ou ao que eles acham que é a nossa função?
Fica a questão.
Moro num país tropical, abençoado...
Bom queria falar das publicações do Morgan, são inspiradoras, trazem um pouco de pessimismo com relação ao cenário nacional mas mostra uma busca pelo design que é a mesma que a minha e sua tragetória é a que eu estava imaginando que é a de todos designers reconhecidos. Maaaaaaaaaaas, gostaria de dizer a você meu amigo que eu ainda acho que tem esperança para o mercado nacional, assim como vc diz q as pessoas não devem desistir de seus sonhos, acho q vc naum devia desistir do país tropical, abençoa po De... e buni... q BELEZA!
Posso te dizer que é possivel, não digo q é facil, mas que dá DÁ! aqui no escritório trabalhamos com empresas nacionais, no ramo moveleiro e iluminação, e prospectamos outras áreas. O engraçado é que é o inverso do que vc está fazendo trabalhando com clientes de fora pra depois vir pra cá, nós temos o interesse de desenhar pra fora, mas começamos aqui. A questão de que tem picaretas, jeito brasileiro isso é fato, afinal moramos num país onde se é DESIGN e se faz DESIGNER. Mas acho q não é hora de jogar a toalha, as empresa sim dão preferencia para designer renomados, mas se nós não corrermos atrás de fazer nosso nome quem correrá por nós? Será que no nosso caso não é de procurar uma Tok&Stok, Imaginarium, empresas que estão acostumadas em trabalhar com designers? o q penso é q qlqr um pode fazer isso, ir pra lá e apresentar produtos, eles são abertos a isso, desisti não cara, o design nacional precisa mais de vc do que lá fora, lá já tah tudo funcionando. rs
Sobre a publicação do Maia fiquei besta de ver a dedicação que ele teve, acreditou mesmo na sua idéia, mas o pq desistiu? porque ninguem comprou sua idéia? pq te falaram q design é um brincadeira? Acho q seu erro foi super valorizar uma idéia, vc fez da sua criação sua carreira, ela não deu certo e vc foi junto com ela, não era o caso de vc ter deixado ela no portfolio e partido pra outra? nós designers temos mania de supervalorizarmos nosso trabalho e alimentarmos nosso ego, vi uma palestra do John Barrat da Teague, organizada pelo pessoal da Objeto Brasil, vou cobrar royalties pra vc Junior pela propaganda, onde ele deu várias dicas para quem quer trabalhar com design, uma é "Saber lidar com seu EGO", outra é "Não ficar preso a detalhes" e a melhor é que o "Designer tem que parar de esperar as condições ideias, elas não existem" entre outras que não me lembro agora. Nós sempre estamos insatisfeitos, ou o mercado é ruim, ou não tem a tecnologia necessária, ou não quer investir, mas se as indústrias não acham seu produto viavel são elas que estão erradas? Ou vc que devia desenhar produtos que interessem as industrias?
Com relação ao seu amigo que brinca de designer, lógico que ele não vai viver de royalties, se ele tem 1 cadeira, vcs querem viver de royalties com 1 produto no mercado? Acho que deviam rever seus conceitos, vcs levam design como uma loteria onde querem a sorte de fazer um produto que te de renda, sustente a familia e tudo mais, sendo que PRA MIM é uma busca, mesmo porque os produtos tem um "ciclo de vida" no mercado, ele nasce cresce e um dia morre, se fosse assim os designers assim que conseguissem um produto perfeito se aposentariam.
Queria falar tbm do comentário do meu amigo Guilherme Barão de Mello no testo do Morgan, acho que as pessoas tem q fazer o q gostam e o q acham certo na vida, ninguem me disse que o mercado de design tava pronto como para os médicos, engenheiros e etc, disseram que estava crescendo, e percebi que esse crescimento depende muito de nós que estamos entrando no mercado, por isso ver um colega de profissão desistindo me incomoda, porque é um soldado a menos nessa conquista, quem esperava encontrar uma mercado pronto, tem lá as indústrias e empresas todos sabemos o limite financeiro dos salários, quem esperava outra coisa, vê um mundo a ser conquistado, só que é um caminho mais dificil, bem dificil, botaaaaaaaaaaaa dificil nisso, mas não sei acho q aí que vc vê se ama o que faz, te digo meu amigo, que dá pra ser designer e se dar bem, meu pai qndo fui decidir o q ia fazer, eu tava preocupado em dinheiro, me disse "se vc for bom vc vai ganhar dinheiro", que vai junto do pensamento do Morgan em seus comentários, tá certo que na verdade ele odiou eu ter feito Desenho Industrial, mas cada um com seus problemas certo, se é uma coisa que vou fazer pro resto da vida, q seja algo q gosto.
Não to dizendo pra ninguem largar o emprego, estou dizendo que quem quer ser designer pode correr atrás das coisas nas suas horas vagas, desenhar, montar uma apresentação, mandar pra empresas, e quem sabe um dia poder viver disso.
Oportunidades Brasil x Mundo - Parte 2
Bom, queria dividir com vocês um pouco do que eu descobri sobre o mercado lá fora, saindo um pouco dos projetos de produtos vendidos pra empresas européias e falando sobre uma outra àrea do design.
No meio do ano passado fui pra Londres fazer um curso de verão de Design de Eventos na Central Saint Martins College of Design. É uma das faculdades de design (principalmente de moda) mais reconhecidas do mundo, de onde sairam Vivienne Westwood, Stela McCartney e Alexander Mcqueen.
Bom, uma das melhores coisas em fazer um curso destes em uma faculdade destas é que você conhece MUITA gente do mercado, pessoas do mundo inteiro...e também troca experiências com todo tipo de gente.
O que eu descobri é que, em Londres por exemplo, os designers que não são a própria Vivienne Westwood ou o falecido Alexander Macqueen penam que nem a gente pra conseguir se sobresair no mercado. Aliás, depois da crise mundial, a grande maioria tem que se desdobrar trabalhando em 3,4,5 àreas diferentes do design pra conseguir alguma coisa. A diferença pro Brasil é que, quando eles conseguem, eles ganham em Libras ehehe.
Uma coisa muito interessante é que a grande maioria dos designers de eventos e designers gráficos e de moda acabam trabalhando como autonomos, mas são "agenciados". Explicando melhor: existem agências que funcionam como um intermediário entre os clientes e os designers. Eles criam um "banco de profissionais" que são contatados e contratados conforme as necessidades dos clientes. A minha professora do curso, por exemplo, a partir destas "agências" conseguia trabalhos muito bons em design gráfico, eventos e cenografia pra filmes. Como uma designer não muito conhecida, ela tinha conseguido criar toda a identidade visual e conceito do casamento da Gwen Stephani, a vocalista da banda "No Doubt" e a cenografia de um filme com a Jennifer Aniston, por exemplo.
Sei que a maioria aqui está interessada no design de produtos (eu também) mas achei interessante dividir com vocês um pouco sobre o design de eventos e gráfico lá fora. Designers "in house" são cada vez mais raros nesses tempo de crise - eles preferem pegar o maximo de freelas que puderem, e ganhar uma grana preta por projeto. Mas, se mesmo assim, eles preferirem ser os escravos de alguma agência, vão se dar muito bem com o salário de um designer junior - recém saído da faculdade, que é de no mínimo 18.000 libras por ano (aproximadamente R$4500 por mês).
Aqui no Brasil, segundo o "salariômetro" do governo ( www.salariometro.sp.gov.br ), o mesmo profissional ganha em média R$2.500 por mês - teoricamente, é claro.
Palestra Philippe Starck
Independente de gostos, Philippe Stack tem sua grande participação e importância no mundo do Design e mais do que isso nessa palestra ele ensina não sobre design, mas como em treinar a mente para expandir a maneira como enxergamos tudo a nossa volta, acordando sempre abertos a uma nova experiência, por mais simples que seja, aliás muitas vezes o simples é o mais díficil de se enxergar...
Espero que aproveitem
Parte 1
Parte 2
Não é fácil...
Eu sou técnico mecânico, cursei engenharia mecânica por dois anos, e trabalhei na área (departamento de engenharia) por cerca de 10 anos. Pois é demorei "um pouco" para perceber, por um misto de comodismo e medo que estava no lugar errado. O que me consola é observar que existem pessoas que vêem a vida toda passar sem perceber isso, e que nenhuma experiência deve ser descartada. Pelo contrário, minha experiência em projetos mecânicos por muitas vezes me ajuda (em algumas me limita um pouco, serei sincero). O importante é que após alguma reflexão decidi largar tudo e cursar Desenho Industrial. Obviamente não foi de uma hora para outra, cursei e paguei a minha faculdade ainda trabalhando como projetista mecânico, porém após me graduar larguei meu emprego (seis anos na última empresa) e resolvi que iria me aventurar pelo design de produto, há dois anos. E digo, não está sendo nem um pouco fácil. Nem um pouco mesmo. Minha vida virou de pernas para o ar e eu que tinha a segurança de emprego não sei como vai ser o mês que vem, ou a semana que vem, ou amanhã, mas ainda estou vivo. Apesar disso não voltaria a fazer o que eu fazia antes, pois sei que não chegaria a lugar nenhum do mesmo jeito. Eu não tinha paixão pelo que eu fazia. Ou melhor, eu mal suportava levantar da cama todos os dias. E tinha dias que eu não o fazia.
Portanto eu não sei como vai ser o meu futuro, mas se depender de mim (e de fato depende) serei designer de produto ou morrerei tentando. E se você acha que poderia estar "bem de vida" em outra profissão, também diria que é meio caminho para você estar na profissão errada atualmente. Mas pense bem, pois ir para esta ou aquela profissão apenas por “pagar bem” é um pensamento ilusório, que pode as vezes funcionar porém ainda não irá suprir o que você realmente deseja (é, um pouco piegas, mas é verdade)
Abraços
segunda-feira, 29 de março de 2010
Vida de designer
Aproveitando a carona, conto um pouco da minha história...
Fiquei batendo na mesma tecla por 5 anos desde que me formei. Desenhava objetos, móveis e luminárias (basicamente o sonho de qualquer designer recém formado.Tinha um sócio e investimos muito dinheiro em nossos projetos, pq ninguém está disposto a jogar um projeto na mão de 2 desconhecidos.... Fizemos coisas bacanas, inclusive uma cadeira foi menção no MCB em 2009, 2° lugar no movelpar e finalista no movelsul, tudo em 2009. Era uma cadeira bastante diferente, que fazíamos em fibra de vidro, mas com enorme potencial para ser injetada. Aqui no brasil ninguém se interessa em desenvolver isso. É mais fácil fazerem um molde para copiar uma cadeira italiana, vai vender mais... E tá cheio de cópias das cadeiras do starck. tudo feito aqui!!! conheço quem faz!!! A única coisa que ouvia é: “ muito interessante, pena que é de fibra de vidro, não é ecológico!!” eu sei disso, mas é oq posso fazer com meu dinheiro!!!!!! Um empresário australiano queria comprar para levar pra fora, mas me disse. Desenvolve em material natural que eu compro. Fui atrás de fibra de côco e resina de mamona. Mas a resistência não é igual, e o preço é 3 vezes mais caro, aí reclamam que é caro..... enfim ninguém ajuda, só fica dando palpite e não entende pelo que passava.
Fui para Milão, levei folders, fui nas empresas e nada. Todo mundo acha linda, mas nada... Aí fico limitado à minha produção artesanal, ia até Ferraz de Vasconcelos - pra quem não conhece é o extremo da zona leste - para um cara que trabalha com jet-ski fazer no quintal de casa. Isso pq nem as empresas que fazem móvel de fibra queriam fazer, afinal é muito mais lucrativo fazer poltrona swan e cadeira panton.
Depois de toda essa correria vc tira um lucro de 100,00 reais a cada cadeira vendida, e tenta colocar nas lojas. Aí o cara coloca do lado da cópia da panton, num preço 3x mais caro e vende 5 por ano!!!
e ainda ouço falarem: “ nossa mas e mais cara que a panton!!!!” porra aquilo não é cópia!!!!é um design nacional, inovador, premiado....
Conheci um outro designer mto bacana que já tem um nome no meio, premiado em concursos e tal. Ele me disse que viver disso no Brasil é uma utopia. Ele trabalha numa empresa que não tem nada a ver com design, pois tem de sustentar uma casa. Ele me disse que tinha uma peça que estava sendo produzida por uma empresa italiana e pagam royalties (entrei no site, vi a peça lá. Se vc jogar o nome no Google aparece vendendo em vários lugares). Me contou que ficou mandando e-mail até a empresa responder. Um dia resolveram investir nela, fizeram molde pra injeção de poliuretano, e tocaram o pau. Coisa de primeiro mundo. Aí pensei, poxa esse é o caminho, vou insistir e levá-la pra fora. Sabe quanto ele recebe de royalties por ano? Em torno de 1000 euros, isso mesmo, mil!!! Ou seja uns 2.500 reais por ano. A bagatela de 208 reais por mês!!!! Caí na Real e comecei a repensar minha carreira qd escutei ele me dizendo: “Design pra mim é brincadeira, terapia...... eu tenho que ganhar dinheiro em outro lugar”. Não que não haja pessoas que consigam viver disso, muito pelo contrário, conheço vários. Muitos são bons, muitos deram sorte, muitos tem “costas-quente”, tem dinheiro de família ou então não precisam disso para viver. Aí vemos seus nome em revistas e pensamos: “nossa, estão super bem, ganhando bem!!!”. É tudo muito ilusório. Vou anualmente para Milão, morei lá quando criança, e vejo no satélite e fuori salone coisas espetaculares, diria geniais. Nem 1 /10 das pessoas ali, conseguem levar pra frente seu protótipos. Mas na Europa e EUA a realidade é outra. Lá as bases salariais são outras. Até brinco que nos EUA e Europa o frentista do posto ou a empregada domestica tem casa, família, cachorro e consegue levar sua vida. Aqui a coisa é mto mais complicada. É difícil se virar, ainda mais qd se tem de investir para se fazer um novo produto e depois colocá-lo na mão de empresas e lojas que lucram absurdamente. Ouvi Falar que empresas de móveis como tok stok e Etna já quebraram mtos pequenos fabricantes. Eles pedem 1000 peças, o cara investe para produzir faz tudo bonitinho, e aí caso achem defeito em uma pequena amostragem devolvem tudo!!!!
Eu classificaria o design no Brasil como o futebol: a referência que todos vêem e querer ser é um jogador de clube grande, com salário de 10, 50, 100 mil. Agora e os 90% dos jogadores que jogam em clubes do interior do acre, ou amazonas, que não tem dinheiro nem para pegar o ônibus que leva ou treino, desses ninguém lembra.
Nesses 5 anos de cabeçadas aprendi que o melhor reconhecimento do nosso trabalho é o dinheiro na conta, pois publicação em revista e concurso de design não pagam o aluguel!!!!!
Isso sem contar nos muitos outros produtos que desenhei, que mostrava em lojas e a empresas e me falavam, nossa que maravilhoso, quanto custa? Aí vc explica que está em desenvolvimento, buscando parceria com empresas. Te falam assim. “Quando tiver pronto me traz que faço um pedido”. Aí vc gasta 4 mil para desenvolver, leva lá e nem te atendem.... e assim vai....
A verdade é que cansei de pagar para trabalhar. Meu ex-sócio tinha de se sustentar e teve de procurar um emprego na área. Arrumou um numa empresa de móveis e com seu conhecimento, de chão de fábrica que adquirimos juntos, recebeu a proposta de emprego que em pouco tempo seria o chefe do design, pois sabia mto mais que os outros funcionários. Está lá há mais de um ano, foi tocar no assunto com o dono e ele desconversoue fica pedindo pro cara ficar copiando peças de concorrentes..... Trabalha pra pagar as contas. Se é para fazre assim é melhor trabalhar em outra área!!!!!
Larguei mão de tudo, já estava me preparando para entrar em outra área quando fui fazer uma pós em design de interiores. Hj sou responsável pelos projetos e atendimento ao cliente de uma marcenaria de alto padrão do interior de SP. O Dono tb é designer e queria uma pessoa com conhecimento técnico, que pudesse atender clientes, fazer projetos e até ajudar em dias de instalação se necessário. Trabalho perfeito pra mim, bastante dinâmico... Estou engatinhando ainda nesse ramo, mas estou com bastante expectativa com relação ao futuro, pois a maioria dos profissionais da área de marcenaria são enrolados, então quanto mais gente ruim tiver, mais fácil podemos nos destacar.
Enfim, aqui vai o desabafo de um designer apaixonado pela profissão, mas que não concorda com o sistema, as empresas, alguns profissionais que atuam no mercado.
Um grande abraço a todos
Oportunidades: Brasil x Mundo
Me formei, estava trabalhando em um lugar chatíssimo, criando bobagens. Não havia nada que me interessasse lá, então, de tanto tédio, resolvi largar tudo e apostar nas minhas idéias.
Comecei a criar produtos de todos os tipos, para clientes fictícios, usando o máximo da minha capacidade criativa. Depois de ter alguns produtos interessantes na agulha, montei um portfolio online e comecei a mandar bala.
Passei então a enviar meus projetos, para toda empresa que poderia, eventualmente, interessar-se em produzi-los e para sites especializados.
Claro que, em 90% dos casos, não recebi resposta, porém recebi algumas respostas promissoras e selecionei com muito critério, as empresas nas quais eu gostaria de investir. Investir! Sim, o designer, ao vender um projeto para uma empresa, está investindo nela. Investindo suas esperanças, seus sonhos.
Nenhuma das empresas Brasileiras para as quais envie e-mails me retornaram. Cerca de 15 empresas Européias retornam quase prontamente. Percebem a diferença?
Não tenho nada a reclamar, a final de contas, ganho em Euros e recebo uma atenção muito boa do mercado internacional, mas me sinto um pouco frustrado, triste, por não ser reconhecido no meu país e pelo fato das empresas daqui estarem tão atrasadas em relação as do exterior.
Até hoje, nunca tive uma oportunidade no Brasil que não fosse uma tremenda furada, roubada, repleta de picaretagem. Acabei ligando o botão do fo#$-se, sabem como é?
Amo muito o Brasil mas não sou cego. Estes defeitos existem sim, estão entranhados em nossa cultura, na nossa tradição e no nosso "jeitinho" de ser.
Viver de royalties, ou viver para os royalties?
Posso dizer que 50% da minha renda atual vem dos royalties, o que é bom e ruim ao mesmo tempo. Royalties não são essa maravilha toda, não são mesada, nem te dão segurança.
Em primeiro lugar, devo esclarecer que quase todos os meus trabalhos vão para clientes estrangeiros. Vocês sabem o quanto é difícil receber dinheiro do exterior?
O dinheiro, quando é enviado, não vai para sua conta bancária; Fica travado no Banco Central, à espera de toda documentação que comprove a origem lícita desse dinheiro. Depois que você junta toda a documentação, se estiver em outra língua, tem que pagar um tradutor juramentado para traduzir para o português. Depois de enviar toda a documentação para o Banco Central, o jeito é esperar a aprovação da liberação do dinheiro, o que nem sempre acontece da primeira vez. Vale à pena lembrar que o dinheiro, se não for liberado rápido, retorna para a conta de quem enviou em 30 dias, com desconto de 15% em impostos. É comum isso acontecer e você ter que ligar para o cliente pedindo que reenvie a quantia, agora com um valor significativamente menor.
Quando o dinheiro é liberado, finalmente, o banco desconta 28% em IR e outras taxas incompreensíveis.
Viram como funciona? Agora, imaginem um cara como eu, que tem uns 23 produtos fabricados e vendidos fora. Cada remessa é feita em uma data, algumas trimestrais, outras semestrais e anuais...Conseguem imaginar a novela? As horas perdidas com burocracia? Passo pelo menos 2 dias inteiros por mês dentro de um banco, isso, quando não estou ensinando a gerência sobre o processo, pois quase ninguém o conhece.
Além disso tudo, várias companhias se "esquecem" de enviar os royalties na data certa, então você tem sempre que estar atente e disposto a cobrar.
Numa boa? Hoje em dia prefiro, sem a menor dúvida, receber uma quantia fixa por projeto e ficar livre disso tudo. É um alívio, na verdade, quanto cobro um preço fixo por um produto, pois, neste caso, me esqueço dele para sempre e não tenho mais aborrecimentos, além de poder contar com uma quantia bem mais significativa, que funciona como capital de giro em meus outros investimentos e projetos.
Infelizmente, "eles" não ensinam isso nas faculdades pois, na verdade, mais de 95% dos nossos queridos professores não tem nenhuma experiência de mercado.
Mantendo a chama acesa
Primeiramente, este é na verdade um comentário do último post do Daniel.
Bom, poderia falar pra vocês da minha experiencia como designer, que crieo ser um tanto intrigante.
Eu desde que entrei na faculdade (02/2005) tento entrar na área. Sou o famoso entusiasta que entrou na faculdade por paixão, aquele que desde criança soube o que queria fazer. Até mesmo porque nao consigo fazer nada que não goste. Enfim.
Comecei a estudar e logo arrumei um emprego em call center (aqueles de atendimento mesmo), pois eu havia voltado recente de Uberlandia, onde morei por um período curto.
Trabalhei por um tempo no atendimento, logo fui crescendo e virei instrutor de treinamento da empresa. Uma área que curti muito. Entretanto, meu tempo era curtíssimo e consequentemente a minha ligação com o mundo do design mais curta ainda. Conforme ia crescendo na empresa, via a possibilidade de trabalhar com o que tanto sonhei sumir como fumaça. E ainda tinha a questão da idade, pois tenho hoje 29 anos. Juro, vcs não tem idéia do complexo que eu tenho pela idade, pois entre pegar um cara com carinha de bundinha de nenê como saem os dondocas média/alta das facus, e um barbado de 30 anos nas costas, adivinha com quem é que ocupa as cadeiras?
Bom, daí a coisa foi piorando a cada promoção eu tinha que ajustar a grade e com isso matérias iam se perdendo e uma vez, um semestre inteiro foi empurrado. Mas a motivação ao ver uma premiação, ao assistir palestras como a do Raul Pires certa vez no Mackenzie, iam mantendo ascesa a chama da resistencia.
No ano passado, eu não tinha feito ainda estágio, e resolvi largar tudo. Um bom emprego, uma carreira dentro da área de RH, uma boa empresa pra fazer estágio em um escritório de uma ong (e nem era pra projetar ou trabalhar com qualquer área de criação), mas que me permitiria entregar o estágio para a faculdade.
E assim foi. Eu trabalhei na organização Objeto Brasil. Os caras organizam o premio IDEA, considerado por muitos o Oscar do design.
Eu fiz meu estágio, trabalhei na área de produção, fiz uns contatos absurdos, conheci de falar ao telefone e fazer piadas por e-mail com prifissionais que jamais imaginaria conhecer. Enfim. Durou tres meses. Depois que acabou o IDEA eu fiquem em casa, prometi que ia terminar a faculdade, quando sofri um acidente que me deixou com uma baita dívida e com o pescoço machucado. Trabalhei em uma área paralela de dezembro a fevereiro, quando fui chamado pela Objeto Brasil para trabalhar novamente no Idea, edição 2010. Os contatos são os mesmos (e maiores ainda), mas onde quero chegar com toda essa ladainha? Elementar meus caros.
Eu hoje tenho a porta. Não tenho a referência.
Todos os senhores estao aí a reclamar de algumas questões que não subjulgo, são pertinentes, mas resolvíveis com o tempo. Não quero medir nada, mas deixar um desabafo. Quem contrataria um cara que não teve condições de praticar um simples autocad porque sempre trabalhou em outra área? Ou que não tinha jeito pra mexer no photoshop pra ajustar aquela ou outra imagem porque nunca pode usar e explorar a ferramenta?
Hoje estou aqui, de pés e mãos atados porque sei fazer um bom design, tenho idéias (e boas), mas sem créditos.
Também tnho meus sonhos, tenho minhas vontades, quero ter um carro novamente (o meu precisei vender depois do acidente), tenho vontade de ter minha casa, de me estabilizar, e não quero mto. Até mesmo porque não curto muito São Paulo. Quero ser um profissional confiável. Apenas isso. É tão complicado assim?
Bom, vamos nessa, e vem Idea 2010 aí..
Os trabalhos são mto bons, acompanhem no site..
Abraço a todos!
Viver de royalties no Brasil - Seria um sonho impossível?
Pra quem não sabe os royalties ou royalty é uma forma de pagamento de uma empresa para o detentor dos direitos autorais de um produto, recurso natural, marca, patente ou processo de produção, para usufruir do direitos de uso, comercialização, exploração e distribuição. Ou seja, você receberia uma porcentagem a cada produto vendido que você criou.
Algumas empresa trabalham com esse tipo de contrato aqui no Brasil, já ouvi falar em porcentagens de 3% e não falo de empresas pequenas, falo a nivel de Tok&Stok, até uns 6% em empresas direcionadas a público A, tudo depende da sua negociação com a empresa, mas acredito que das duas porcentagens podem ser consideradas o baixo e alto.
Fico sonhando em um dia viver de royalties, na verdade até acordado sonho com isso, sim! é meu objetivo profissional, fazer o que amo e ganhar por isso. Idolatro muito designers, o brasileiro Indio da Costa, adoraria ter um espremedor de laranja do Philippe Starck para colocar na minha sala, fico assustado com a estravagancia do Karim Rashid, esse que tem mais de 2500 produtos no mercado, pra diversas indústrias, não digo que ele recebe royalties por todos os projetos, mas vou dar um exemplo de uma lixerinha que ele desenhou pra Coza, essa que você encontra na Tok&Stok e outras lojas, vendeu mais de 2milhões de unidades, se supormos que ele ganhou R$1 por unidade, EU já fazia o meu pé de meia, isso porque chutamos baixo e é só uma suposição.
Será que meu sonho é tão impossivel? Porque esses caras são tão humanamente diferentes de nós, será que nasceram com algo que nós meros mortais não temos? Sei você vai me falar "Fala sério japonês, você quer ter mais produtos que o Karim?" seguida de uma longa e hilária gargalhada. Sim meu objetivo é um dia ter sim mais produtos que esses designers, acho que por isso chamo de objetivo profissional, é pra onde eu acordo todo dia, olho e desejo estar, lá em cima. Não me interpretem como ganancioso, arrogante ou pretencioso, mas é meu sonho, e não acho impossivel, pra quem já viu o video da história do Steve Jobs, é inspirador, será que tudo não é uma questão de parar de desejar e ir atrás? acreditar no seu trabalho e insistir em mostrar pro mundo que seu trabalho é bom?
Acordo todo dia com um objetivo secundário novo, como assim? exemplo, acordei hoje e pensei bom pra chegar onde eu quero eu preciso de contatos, então entro no Google vou procurar uns contatos de indústrias, quando achar o suficiente vou atrás de outras coisas. Tento matar um leão por dia, sempre visando meu objetivo principal, mas construindo a cada dia POSSIBILIDADES para isso poder acontecer. Cansei de esperar as coisas acontecerem, eu ficar vivendo minha vida sonhando e esperando, se eu não tentar ou criar possibilidades para coisas diferentes acontecerem em minha vida o que pode acontecer? Eu vou ganhar na megasena sem nunca apostar? Acho que não, decidi ir atrás, vamos ver no que dá.
Só pra deixar bem claro, meu objetivo profissional é, um dia, ser um designer de produto reconhecido, famoso, independente de lugares físicos, hã? sim quero poder desenhar sentado na areia da praia, desenvolver e fechar contratos de royalties, vários produtos, para um dia poder me dar esse luxo de não precisar de escritórios, não sei, percebi que muitas das minhas idéias e criações, as melhores, não acontecem aqui no escritório, tenho idéias no carro voltando pra casa, dormindo (sim eu acordo no meio da madrugada para anotar idéias), jogando videogame, no banheiro. Dizem, se não me engano Baxter, que as vezes pra solucionar o problema voce deve esquecê-lo, relaxar sua idéias. Acho que espaços fisicos não combinam com nossa profissão, coisas formais não combinam com criação, a criatividade é uma coisa solta, você não escolhe a hora de tê-la nem onde, acho que se você tem um escritório é bom ter um horário de trabalho e local porque muitas pessoas não tem essa disciplina, confundem trabalhar em liberdade com ver TV o dia todo. Acredito que não teria esse problema porque já tornei do design minha paixão, ao mesmo tempo que jogo meu PS3, tenho idéias, e ando sempre com meu bloquinho e caneta no bolso.
Não sei se vai dar tudo certo, se vou conseguir, se não vou virar hippie no meio do caminho, mas prefiro chegar daqui uns 10 anos e escrever pra vocês que tentei e não deu certo do que continuar vivendo fazendo todo dia a mesma coisa, rotina, sonhando com uma vida diferente.
Meu erros e acertos, contarei a vocês!