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sexta-feira, 26 de março de 2010

E quanto cobrar?

Uma dúvida que me aconteceu recentemente e que já deve ter acontecido com uma boa parte dos designers é o quanto cobrar pelo seu trabalho, obviamente sem desvalorizá-lo e tb não colocar o preço nas alturas, quando falamos de design gráfico parece que essa realidade fica um pouco mais clara de se entender visto que nesse segmento a procura por trabalhos dessa natureza sejam maiores, mas e quando se trata de projeto? É muito comum hoje em dia no ramos da arquitetura os escritórios oferecerem aos seus clientes o projeto completo, porém quando chega na parte dos móveis eles se complicam um pouco pela quantidade de detalhamentos e tb por não possuirem respaldo acadêmico para tal, é ai que entramos, somos terceirizados para esse trabalho, então voltamos para o ponto inicial... quanto cobrar?
Nas minhas buscas pelo amado google, achei uma matéria mto legal a respeito disso que vai de encontro com conversas que tive com alguns professores. Irei repassá-la aqui:

1 . Defina seu preço-base
Pra começar, você precisa definir sua base de ganhos por hora. Qual o mínimo de dinheiro que você precisa pra cobrar pra cobrir suas despesas sem fazer lucro em cima? Isso é o que chamamos de preço-base. Assim que você estabelecer uma base e começar a entender quer receber um centavo a menos seria ruim (um projeto de prejuízo) vai ficar mais fácil de determinar quanto de lucro você quer fazer. Logo, isso vai fornecer um seguro viável para seus projetos e pode ajudar a colocar um preço no seu trabalho no mercado competitivo atual.
Definir o preço-base requer um pouco de matemática básica e um pouco de adivinhação.Quanto você precisa pra sobreviver um mês? Divida isto pelo tanto de tempo que você trabalha e você terá seu preço-base.Por exemplo, vamos supor que você tenha R$ 1.000 em contas todos mês – aluguel, água, luz, telefone e comida. Vou assumir que você trabalhe todo dia útil, das 9 da manhã até 6 da tarde, tirando uma hora de almoço. No total, seria 8 horas de trabalho por dia. Multiplicando por 5 dias na semana e quatro semanas por mês, temos um total de 160 horas de trabalho mensais. Para que você sobreviva, você precisa ganhar pelo menos R$ 6,25 a hora.
2. Defina seu lucro

Lucro é o que sobra depois de todas as contas terem sido pagas.Lucro é o que sobra depois de todas as contas terem sido pagas. Se você cobrar seu preço-base a seus clientes, nunca terá lucro; todo mês, você terá suas contas pagas mas não sobrará nenhum dinheiro extra. Então como fazer para ter uma grana afim de investir em equipamento melhor ou aquela tão sonhada viagem ao Paraguay pra comprar muamba? O lucro você vai inserir no seu preço-base na hora de cobrar do cliente. Aqui você tem duas opções: ter um lucro absurdo (ou seja, seu valor por hora vai lá em cima), no entanto você terá menos clientes ou diminuir seu lucro e nunca ter trabalho faltando. O ideal é achar um meio-termo: seu lucro é o suficiente para te incentivar a continuar trabalhando mas não tão pouco que você acabe trabalhando em 10 projetos por vez e fazendo todos eles com qualidade inferior.
Mas como se define o lucro? Lucro é o prêmio adicional pelo seu trabalho que contribuiu com o crescimento do negócio ou empresa do seu cliente. Se seu trabalho é diferente do de outros profissionais, se você tem aquele diferencial que mais ninguém tem, você pode obter um lucro maior por causa da exclusividade. Por exemplo, se seu atendimento ao cliente é excelente, você trabalha mais rápido que seus concorrentes ou qualquer outro diferencial, seu lucro poderá ser maior. E é aqui que entra a parte de adivinhação. Quanto vale seu diferencial? Quanto você honestamente acha que seu trabalho vale? Dez porcento em cima do seu preço-base? Vinte? Cem? Duzentos? Aqui vai de você. Mas cuidado com sua escolha! Seguindo nosso exemplo, vamos dizer que o lucro é de 100% do preço-base porque o serviço é excelente e você faz algo que nenhum outro profissional faz. De R$ 6,25 a hora, você passou a cobrar R$ 12,50. No fim do mês, seu ganho será de R$ 2.000 e o lucro será R$ 1.000.
3. Defina a duração do projeto
Essa é a variável final da equação, e a mais difícil também. Primeiro, você precisa saber exatamente o que seu cliente quer. E aí que entra a necessidade do briefing. Com isso em mãos, é necessário que você conheça-te a ti mesmo. Quanto tempo demora para você fazer um site parecido com o que o seu cliente quer? Quatro dias? Quatro semanas?
O briefing não serve apenas para medir quanto tempo você acha que vai precisar, mas também para ficar de olho no que pode ser feito, como pode ser feito e como estabelecer regras para que seu cliente não decida mudar tudo na última hora. Um briefing deve estabelecer claramente o que o cliente quer. Assim, você pode definir quanto vai cobrar pelo que está escrito no documento. Se o cliente decidir mudar algo ou pede por algo extra que não está incluso no documento, então o freelancer têm todo o direito de cobrar a mais pelo trabalho extra. No nosso exemplo, vamos assumir que você vá precisar de pelo menos 20 dias para fazer o projeto daquele cliente. Ou seja, 160 horas.Agora temos seu valor-base, sua porcentagem de lucro e o número de horas que vai demorar para finalizar um projeto. Vamos para a fórmula:
Seguindo nosso exemplo, trabalhando por R$ 6,25 a hora, lucrando 100%, você estaria cobrando R$ 12,50 a hora. Multiplique pelo número de horas estimada (160) e pronto! O valor a ser cobrado é R$ 2.000. Mas, peraí. Esse cálculo é óbvio, não é? Não. Muitos freelancers lá fora, quer sejam escritores, designers, programadores ou músicos continuamente falham em criar regras de trabalho quando o assunto é cobrar o projeto adequadamente. Freqüentemente existe uma tendência de cobrar um preço abaixo do mercado; talvez pelo fato de que não têm idéia de quanto devem cobrar, talvez porque eles estão tão preocupados com adversários em potencial e acham que quanto menor o preço, melhor o preço, mas mais freqüentemente é porque eles não acertaram seu preço base, o lucro que querem ganhar em cima e o número de horas que vai demorar para completar um projeto. Crie seu próprio preço-base e lucro e nunca ofereça um preço para um trabalho que seja menos do que você precisa pra sair sem prejuízo. Faça essas coisas básicas e seu preço sempre estará certo!
Este texto foi retirado do Design.blog

7 comentários:

  1. ótimo post pra quem tá querendo começar a fazer dos freelas sua principal fonte de renda, ou até mesmo pra quem já ta nessa vida de freelas rever seus conceitos!
    A fórmula é simples, o pensamento é lógico, mas as vezes o óbvio tem que ser dito. Que o diga o briefing!
    kkkk

    Show!!!

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  2. A minhe opinião em relação ao assunto QTO Cobrar é a seguinte:
    O preço deve ser estipulado de acordo com as características do cliente, destaco como carecterística principal o PORTE do cliente.
    Você não pode cobrar 1.000 reais para fazer um logo que foi solicitado pelo "Zé da Padaria Quase Chick", da mesma maneira que não pode cobrar 300 reais para fazer um logo que foi solicitado pelo cliente "UNILEVER" por exemplo.
    O preço tem q estar de acordo com o porte do cliente, e consequentemente seu poder aquisitivo.

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  3. Pow muito legal o post,
    permitam me cavar mais embaixo, pelo que entendi é uma ótima forma quando vc está pensando em freelancer de projetos gráficos ou técnicos, me corrijam se tiver viajando, mas e quando se trata de um produto? supondo que tenho uma idéia para uma cadeira, vou pra empresa e eles não querem trabalhar com royalties, como dou preço a minha idéia? quanto vale a minha criação?
    Acho a formula abordada na matéria da design.blog muito legal mas se tratando de uma idéia funcionaria? pensemos... criei a cadeira, levei x horas pra fazer o detalhamento, se eu me basear por horas posso cobrar uma valor e de repente ela vender milhares de unidades e eu ficar na raiva.
    Arrisco até uma formula aqui para calcular o valor de uma idéia (lógico que é um rascunho galera) quem souber um jeito pelo amor de Deus se manifeste.

    (horas de trabalho)+(grau de inovação idéia)+(espectativa de ganhos com royalties/tempo estimado de vida do produto)= VALOR DA IDÉIA

    Sou péssimo com cálculos, se esqueci algum fator me corrijam, quem sabe não chegamos em uma fórmula legal?

    Lembrando que como a gente dá valores a grau de inovação e tudo mais só Deus sabe! huahuahuahua

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  4. Pois é, minha opinião é uma mistura do post da Alê com os comentários posteriores. Você tem que estipular o seu ganho através de uma fórmula como os exemplos apresentados, porém é necessário haver uma certa flexibilidade, considerando o porte do cliente como foi dito, oi possíveis ganhos futuros a partir de um prejuízo inicial, etc. E quanto ao valor da idéia ou grau de inovação, pois é, complicado... Diria que o valor de uma idéia do Jonathan Ive é infinitamente superior ao valor da minha, só prá ilustrar :)

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  5. Leo, é isso mesmo.. assim como nos outros posts, claro que deve haver um equilíbrio, como disseram não posso cobrar da Unilever o que cobraria do mané da esquina, isso é um tanto claro, este post é mais para exemplificar uma maneira de como começar a pensar no seu cálculo, seria um pontapé inicial, não que deva ser seguida à risca, trabalhar com design como todos sabem exige uma certa flexibilidade em tudo, o que conta é o equilíbrio, o "jogo de cintura", mas obviamente seu trabalho deve ser valorizado e como o Leo citou, o valor do trabalho vem com um certo tempo, não adianta comparar seu trabalho de hoje mesmo que infinitamente melhor com de algum designer que já fez seu nome no mercado. Tenho certeza que a maioria daqui um dia, vai poder cobrar seus milhares de reais por um espremedor de laranja! só não pode ficar parado..

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  6. Achei muito bom o post. Estou trabalhando só com freelas desde o ano passado e o cálculo com base em horas é realmente eficiente. Tanto desenhos quanto para maquetes (claro que a hora de maquete é mais cara, em função do trabalho que dá e dos materiais). Quanto ao preço de uma idéia... é uma boa questão. Algo digno de uma discussão! Vou conversar com algumas pessoas essa semana sobre esse assunto e posto aqui se descobrir alguma outra forma de se cobrar por idéias. Aliás, parabéns Japa pela idéia do blog! Ótima forma para nos mantermos em contato e discutindo questões como essa

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  7. E aeh nah, seja bem-vinda, obrigado pelos parabéns, essa iniciativa é pra unificar mais o design nacional, senti que muitos designers entram no mercado como numa guerra solitários. Todo mundo tem as mesmas dúvidas e questionamentos mas ninguem senta pra conversar e trocar experiências, agradeço a todos pela participação e vamos levar essa idéias pra frente.

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